Auditório dos Conselhos Superiores fica lotado durante o dia todo para tomada de decisão importante
Polêmica por ter possibilidade de ferir a autonomia universitária, a minuta da Lei Geral das Universidades Estaduais do Paraná (LGU) foi rejeitada pelo Conselho Universitário (COU) da Universidade Estadual de Maringá (UEM), que defende uma instituição 100% autônoma. A discussão sobre a LGU vem sendo feita amplamente entre a comunidade acadêmica há três meses e, neste período, uma comissão técnica simulou a aplicação da possível lei, pensando em quais seriam os impactos caso estivesse em vigor. Vale lembrar que a LGU ainda não está em tramitação na Assembleia Legislativa do Paraná.
A decisão foi tomada hoje (9) em reunião, que começou pouco antes das 9h e foi finalizada às 17h, com duas horas e meia de intervalo. Durante a manhã, toda a minuta da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti) foi lida, assim como as alterações – e respectivas justificativas – que o grupo de trabalho da UEM nomeado pela Reitoria propunha para alguns dos 39 artigos do anteprojeto de lei. À tarde, os conselheiros puderam manifestar seus posicionamentos. Posteriormente, resolveram não acatar o relato apresentado ao COU que pretendia enviar sugestões, à Seti, de mudanças na LGU.
O relator do caso na UEM é o professor José Gilberto Catunda Sales, membro da Câmara de Planejamento do COU e vinculado ao Departamento de Agronomia. A reunião de hoje foi conduzida pelo presidente e pelo vice-presidente do COU, respectivamente Julio César Damasceno (reitor) e Ricardo Dias Silva (vice-reitor). Ocorreu no Auditório dos Conselhos Superiores, no câmpus sede da UEM, com lotação máxima. A sessão foi transmitida ao vivo pela internet.
Na sexta-feira (6), organizações sindicais da UEM participaram do 2º Seminário Estadual sobre minuta da LGU no câmpus central da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Inclusive, a UEPG e a Universidade Estadual de Londrina (UEL) publicaram, na semana anterior, que rejeitam a LGU. E em assembleia realizada hoje, o Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá e Região (Sinteemar) também a rechaçou, por unanimidade. A mesma posição é adotada pela Seção Sindical dos Docentes da UEM (Sesduem).