Quatro profissionais agilizaram o atendimento do Laboratório, em tempos de Covid-19
Coronavírus no Brasil. Uma triste realidade para todos e um desafio imenso para os laboratórios. Um novo exame surge e a necessidade de ampliar a capacidade de oferecê-lo à população. Este foi o cenário enfrentado pelo Laboratório de Ensino e Pesquisa e Análises Clinicas (Lepac), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), há poucos meses, no início da pandemia provocada pela Covid-19.
“Tínhamos um novo exame pela frente para implementar, um exame cheio de cuidados por conta da forma como é executado e os riscos que oferece para quem faz a manipulação”, relembra o chefe do departamento de Análises Clínicas e Biomedicina da UEM, o professor Dennis Armando Bertolini. Além desta implementação, era necessário também ampliar a capacidade do laboratório.
Neste contexto, foi necessário um apoio, que chegou por meio do projeto “UEM no combate ao coronavírus”. A ação é financiada pela Fundação Araucária de Apoio ao desenvolvimento Científico e Tecnológico do Estado do Paraná (FA) em parceria com a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) e a Secretaria de Estado da Saúde (SESA). Atua nos municípios da 15ª Regional de Saúde (Maringá), 12ª Regional de Saúde (Umuarama), 13ª Regional de Saúde (Cianorte) e 22ª Regional de Saúde (Ivaiporã).
Para o laboratório, foram enviados quatro profissionais: um biólogo, uma biomédica e duas farmacêuticas. Dois foram inseridos na recepção e preparo de embalagens, que são enviadas para Curitiba, e os outros dois foram trabalhar diretamente na execução dos testes. “Eles me ajudaram a estabelecer os protocolos e como executaríamos esses testes no laboratório. Também foram fundamentais para conseguirmos ter rapidez e segurança para implementar e preparar todo o laboratório e enfrentar este novo cenário”, conta o professor Dennis (foto abaixo).
Prazos – Desde o início da pandemia, o Lepac recebia os exames de RT-PCR de 30 municípios da 15ª Regional de Saúde. Aqueles que não conseguiam ser analisados pela equipe eram encaminhados para Curitiba. “Apesar da quantidade de exames que chegava, em certos momentos, conseguimos liberá-los bem rápido, em até 48 horas, graças aos bolsistas que vieram nos apoiar. A média de espera por um exame de Covid é de 4 a 7 dias, geralmente”, informa o professor Dennis.
A coordenadora pedagógica do Lepac, Eliana Patussi, confirma a importância dos profissionais contratados pela Fundação Araucária para a rapidez e fluidez dos trabalhos dentro do laboratório. “Não é só a realização dos exames, eles têm que conferir toda a documentação, abrir um gerenciamento, uma comunicação estadual. Este primeiro momento, do recebimento das amostras, é uma parte essencial e toma tempo também”. Eliana ainda enfatiza que os quatro profissionais aprenderam tudo muito rápido e se empenharam em tudo que faziam e continuam fazendo. “Eles chegaram em um momento de pico e deram um fôlego para a equipe que já atuava no Lepac”.
“O projeto foi providencial, sem os bolsistas teríamos sérios problemas para cumprir prazos. E, no laboratório de diagnóstico, teríamos dificuldade em implantar a metodologia, naquele início dos trabalhos”, finaliza o professor Dennis.
Experiência - A biomédica Leonora Lacerda Calsavara é uma das quatro profissionais do Projeto atuando no Lepac. Ela conta que dois pontos fundamentais pesaram para sua decisão de trabalhar no laboratório em um momento tão desafiador: “Quando se anunciou a pandemia no Brasil, senti como um chamado. Eu lembrei do meu juramento na hora da colação de grau. Também me senti na obrigação de prestar este serviço, porque eu fiz minha graduação com dinheiro público, meu mestrado também foi com dinheiro público. Então, apesar de saber os riscos de estar na linha de frente, senti este chamado, além de saber que estaria muito bem amparada pelo professor Dennis e pelos profissionais que atuavam ali”, disse a biomédica, que atuou junto com Francisco Ferreira Duarte Junior, Maria Ilta Nogueira de Lima Brito e Lívia Gisella Fernandes Eugênio.
Leonora diz que a implementação do novo exame foi um grande desafio. “Quando já existe uma técnica estabelecida, todas as instruções e estudos possíveis já estão ali para resolver qualquer problema que apareça. Mas, no caso de uma metodologia nova, não tínhamos nenhuma experiência regulamentada. Quando tínhamos alguma situação diferente, nos comunicávamos com outras universidades que também estavam testando”, relembra a bolsista, orgulhosa de poder ter contribuído com o apoio à população da região, neste momento de vulnerabilidade sanitária.
UEM no combate à pandemia – Atualmente, são 122 bolsistas participando do Projeto: 62 deles estão na 15ª Regional de Saúde; 25, na 13ª Regional; 18, na 22° Regional; e 17, na 12ª Regional de Saúde. Os apoios estão sendo realizados nos mais variados setores: regionais de saúde, pronto-atendimentos, Hospital Universitário de Maringá (HUM), Instituto Médico Legal, delegacias e rodovias do Paraná, que fazem divisas com outros Estados.
Texto produzido pela bolsista do Projeto, a jornalista Vanessa Bellei