Núcleo atua com grupo técnico da Covid-19, criado na UEM, e na comunicação oficial de casos da doença
Durante a pandemia, o Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar, do Hospital Universitário de Maringá (HUM), teve de se adequar e se organizar para um aumento de demanda. A Covid-19 fez com que os profissionais do Núcleo reavaliassem e modificassem a gestão das ações. Para isso, contou com o apoio do Projeto de Extensão "UEM contra o Coronavírus".
Em março, o NVEH precisou adequar as atividades com vistas a atender o aumento do fluxo, ocasionado pela pandemia do novo coronavírus. "Foi necessário reorganizar a dinâmica do serviço, desde número de servidores, elaboração de rotinas, protocolos e capacitação dos profissionais, já que houve aumento das notificações de Síndrome Gripal [SG] e Síndrome Respiratória Aguda Grave [SRAG]. Inclusive, o HUM faz parte da Rede Sentinela da SRAG. Essas notificações precisam ser feitas para cada paciente que procura o atendimento com sintomas respiratórios e que é encaminhado para internação hospitalar", explica a enfermeira do Núcleo Marilluci Labegalini.
As ações do NVEH são regulamentadas pela Portaria Nº 2.529, do Gabinete do Ministério da Saúde (GM), de 2004, que define competências para os estabelecimentos hospitalares. Assim, compete ao NVEH o monitoramento do cenário epidemiológico hospitalar e comunicação diária à epidemiologia dos agravos novos e emergentes. No HUM, o Núcleo atua dando assessoria ao grupo técnico da Covid-19, criado na UEM, e faz a comunicação de casos aos gestores em nível local hospitalar, municipal e estadual. Esses registros são rastreados por meio da busca ativa diária dos pacientes internados no HUM com suspeita e confirmados de Covid-19. Mas há, também, a sistematização de dados de pacientes atendidos com Síndrome Gripal, que não tem necessidade de internação, pessoas atendidas por SRAG e servidores encaminhados pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT). "Todos esses dados compõem vários documentos que o Núcleo produz como boletim diário de acesso livre, publicado no site do HUM, e o Boletim Covid-19", explica a técnica-administrativa do NVEH, Beatriz Sayuri Babá .
Bolsista - Em abril, o Núcleo recebeu a acadêmica Kamila Yukie Itako, do 4º de Enfermagem, da UEM, encaminhada por meio do Projeto “UEM no combate ao Coronavírus”. Os bolsistas do Projeto são financiados pela Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Estado do Paraná (FA) em parceria com a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
A bolsista atuou no NVEH por cinco meses, contribuindo com as ações de Vigilância Epidemiológica de Doenças de Notificação Compulsórias (DNC) no âmbito hospitalar. Essas ações passam pela detecção e investigação oportunas destas doenças, além da implementação de medidas de prevenção e controle delas no ambiente hospitalar, utilizando as normas de vigilância epidemiológica nacionais, estaduais e municipais.
"Foi oportunizado à bolsista realizar busca ativa dos pacientes do HUM internados ou atendidos no pronto socorro, nas clínicas e nas terapias intensivas adulto, pediátrica e neo-natal para detecção de DNC. Ela também realizou a notificação para as doenças que necessitam de ação de controle e investigação imediata; inseriu as informações levantadas nas Fichas de Investigação Epidemiológica no banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Todo esse trabalho foi feito com o acompanhamento das enfermeiras do NVEH: Mariluci Labegalini e Hellen Rickli.
"A Kamila participou do processo de análise, consolidação e divulgação das informações referentes às DNC no âmbito hospitalar; participou das atividades de investigação dos casos de surtos e de ações oportunas para a interrupção da cadeia de transmissão das DNC detectadas no hospital. Além disso, vivenciou a importância do trabalho integrado com o serviço do laboratório do hospital e com outros laboratórios de referência; com a farmácia, para fluxos e recebimento de medicamentos e dimensionamentos dos insumos; e com o serviço de Controle de Infecção Hospitalar. Ainda se envolveu com as atividades de imunização e outros serviços essenciais, que envolvem a atuação do NVEH. Sem contar que acompanhou a implementação do plano de contingência do HUM para o enfrentamento da Covid-19, que demandou a elaboração de normas, protocolos e orientações que asseguram a qualidade da assistência, do ensino e da pesquisa", detalhou a enfermeira Hellen Rickli.
Experiência - Segundo a futura enfermeira Kamila, “foi uma experiência muito gratificante. Estar todos estes meses na vigilância epidemiológica me proporcionou uma visão abrangente dos casos no hospital e compreensão do processo saúde-doença, por meio dos protocolos impostos pelo serviço. As notificações por Covid-19 foram o grande desafio. Hoje, saio com uma visão mais abrangente, principalmente, no que diz respeito às doenças transmissíveis”.
Para Marilluci Labegalini, "ter Kamila por perto em um momento tão desafiador contribuiu muito para nossa rotina. Muito concentrada e dedicada, ela se envolveu e deu agilidade aos processos. Para ela, esse conhecimento adquirido, com certeza, será precioso. Os alunos que passam por aqui saem com uma outra visão do que é vigilância”.
Para a pró-reitora de Extensão e Cultura, responsável pelo Projeto da Covid, na UEM, ações como esta oportunizam formações diferenciadas e práticas para os estudantes como a Kamila. "Também contribuem com os serviços de saúde e, como foi percebido pela equipe do NVEH do HUM, impacta diretamente a comunidade, os pacientes. Estamos todos muito satisfeitos com os resultados do grande projeto", concluiu a professora Débora.
Texto produzido pela bolsista do Projeto, Vanessa Bellei.