O isolamento social afetou as práticas de estudo na Universidade da Terceira Idade da UEM
Imagina dar aula de música em tempos de isolamento social! Parou para pensar como isso poderia acontecer com sucesso? Pois a turma dessa disciplina da Universidade Aberta da Terceira Idade (Unati), que funciona na Universidade Estadual de Maringá (UEM), encontrou uma forma de manter interessantes as atividades, mesmo no modelo remoto.
As aulas de música fazem parte da grade da Unati. As atividades sempre foram realizadas de forma presencial antes da pandemia, quando os alunos eram recebidos de forma mais prática, com acesso a instrumentos e discussão sobre a elaboração de arranjos e de composições coletivas.
Porém, com a chegada da pandemia da Covid-19, o grupo precisou driblar alguns obstáculos. E o incentivo veio dos próprios alunos. Com as aulas suspensas devido à necessidade de isolamento social, eles criaram, a princípio, um grupo de WhatsApp para o compartilhamento dos projetos, sob a supervisão da professora Aline Clissiane Ferreira da Silva, do Departamento de Música e Artes Cênicas da UEM (DMC).
Tecnologia – Além disso, colocaram em funcionamento uma dinâmica de postagem de vídeos no YouTube. A iniciativa ganhou o nome de “Conversas musicais”. A proposta era focar na apreciação e na conversa sobre repertórios escolhidos pelos alunos. Nesses bate-papos, eles puderam compartilhar sensações, memórias, análises e reflexões. Em princípio, foram escolhidos três intérpretes brasileiros: Luiz Melodia, Raul Seixas e Padre Reginaldo Manzotti.
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Ao término da disciplina, os alunos confessaram que saíram bem desanimados da primeira aula, porque acharam que o curso seria muito monótono. Realmente foi apresentada uma dinâmica bem diferente do que eles estavam acostumados no presencial. Mas, no último encontro, declararam que se surpreenderam com o envolvimento que eles tiveram com o curso. "Raramente faltava assunto para debatermos nos encontros on-line e, durante a semana, a conversa seguia pelo WhatsApp com compartilhamento de vídeos e escutas”, relatou a professora Aline da Silva.
Ainda segundo a professora, a prática proporcionou um aumento de repertório dos próprios alunos, já que a sugestão de artistas fez com que aqueles que nunca tinham ouvido ou tido contato com determinado intérprete, pudessem conhecer um pouco sobre a vida e o trabalho do artista.
“Uma apreciação musical deve ir além do gosto musical. Deve ser uma experiência que permita uma percepção diferenciada. A atividade que, à primeira vista, pareceu simples e não envolver muito trabalho intelectual conseguiu surpreender a todos e se tornou uma importante ferramenta, durante o processo de aprendizagem. A experiência de não apenas ouvir a música, mas a apreciar e se aprofundar, buscando um pouco mais sobre os intérpretes, trouxe novos desafios para os alunos, que, ao final, passaram a compreender um pouco mais sobre o tema que pesquisaram e que quiseram compartilhar”, completou a professora Aline.
As atividades não terminaram só com música. Foi proposto aos alunos o preparo de bebidas que os representassem para serem apresentadas no final do curso. Assim, cada um deles pode brindar, além de contar sobre suas experiências e o que aprenderam com o curso, no último encontro.
É possível conferir um pouco mais sobre o trabalho realizado através do vídeo postado no canal do YouTube, neste link.
Texto produzido em colaboração com a bolsista do curso de Comunicação e Multimeios, que atua na PEC, Karoline Yasmin Cera da Silva