Obra será lançada hoje (11) e reúne estudos ligados à maneira como a elaboração do sentido da história da AP foi disputada por seus dirigentes
O livro “Histórias da AP”, do professor Reginaldo Dias, do Departamento de História da Universidade Estadual de Maringá (UEM), será lançado nesta sexta-feira (11), às 18 horas, de forma remota, com transmissão pelo canal da Alameda Editorial no YouTube e na página da editora no Facebook. A obra, que tem como subtítulo “Estudos sobre as disputas pelos sentidos da história da Ação Popular (AP)”, reúne seis estudos relacionados à maneira como a elaboração do sentido da história da organização política Ação Popular (AP), uma das mais representativas da esquerda brasileira das décadas de 1960 e 1970, foi disputada por seus dirigentes nas lutas internas do período em que mantiveram vínculo orgânico ou em época posterior, quando tal ligação já havia sido desfeita.
Fundada em 1963, a AP sistematizou, inicialmente, um projeto político heterodoxo e aberto a várias influências, como o cristianismo, o marxismo de viés humanista e o existencialismo. Seu objetivo era elaborar ideologia e caminhos próprios para a construção de um projeto socialista humanista.
Após o golpe de Estado de 1964, a AP reelaborou seus objetivos políticos e sua identidade com vistas a transformar-se em uma organização marxista-leninista. Viveu, então, acentuados processos de luta interna, nos quais a visão do futuro revolucionário articulava-se com o redimensionamento do sentido de seu passado.
Cada capítulo permite examinar hipóteses alternativas de narração da mesma história, mas os estudos convidam a um olhar holístico sobre o processo. O livro descortina as tensas conexões estabelecidas entre o presente e o passado na reformulação das identidades e dos objetivos e os combates pela memória como forma de narrar e viver uma história inserida em uma perspectiva revolucionária.
Sobre o autor - Mestre e doutor em História Política pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), Reginaldo Dias terá como convidados, no lançamento do livro, o sociólogo Ricardo de Azevedo, ex-dirigente da Ação Popular; o historiador Jean Rodrigues Sales, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ); o cientista político Paulo Cunha, da Unesp; o professor e historiador Sidnei Munhoz, da UEM e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); e o professor e cientista social Antonio Ozaí da Silva, da UEM.