A partir da esquerda: reitor Julio Damasceno, superintendente Aldo Bona e pró-reitora Sandra Schiavi
O reitor da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Júlio Cesar Damasceno, apresentou nesta sexta-feira (1º) ao superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Aldo Nelson Bona, um plano estratégico com 36 ações para consolidar o processo de internacionalização da instituição.
Esse plano é resultado de um trabalho desenvolvido nos últimos dois anos, depois que a UEM foi escolhida como a primeira instituição estadual de ensino superior do Brasil para integrar o Laboratório de Internacionalização (IntLab) do Conselho Americano de Educação (ACE). O IntLab é um programa que já auxiliou mais de 150 universidades em todo o mundo na implementação de ações de internacionalização.
Em sua 17ª edição, essa é a primeira vez que instituições brasileiras participam da iniciativa. Além da UEM, as universidades federais de Goiás (UFG) e do Pará (UFPA) foram indicadas pela Fundação Fulbright Brasil e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), vinculada ao Ministério da Educação.
Com sede em Washington, capital dos Estados Unidos, o ACE emitiu recentemente o parecer destacando desempenho da UEM e apontando, entre vários aspectos, o engajamento e o compromisso com o modelo participativo para a estruturação da internacionalização abrangente – conceito para atuação de todas as unidades organizacionais numa perspectiva global.
Para Aldo Bona, a internacionalização é um processo transversal e interdisciplinar, que permeia toda a comunidade acadêmica. “As políticas e estratégias das universidades são influenciadas pelas dinâmicas do meio acadêmico e científico estrangeiro, de forma que a internacionalização pode ser considerada parte integrante da formação profissional e do desenvolvimento de estudantes, professores e pesquisadores. O principal desafio é manter o foco em demandas locais, compreendendo competências globais”, afirma.
O reitor Júlio destaca o potencial do plano estratégico de internacionalização para melhorar o ensino e a pesquisa na UEM, fomentando o desenvolvimento sustentável da região no contexto global. “Os processos de internacionalização se tornam cada vez mais essenciais para que a universidade desempenhe o seu papel na formação de pessoas, na produção do conhecimento e na prestação de serviços para a comunidade com impacto no território onde a universidade está inserida”, salienta.
Ele ressalta que “apesar de complexo, a UEM vem avançando na forma de conduzir os processos de internacionalização, sendo uma universidade reconhecida por essas e tantas outras ações e, sobretudo, na implementação da política de internacionalização”.
Ações – A partir de uma metodologia com etapas participativas, a UEM desenvolveu um modelo próprio para a internacionalização abrangente. Ao todo, foram elencados 125 indicadores em diferentes eixos para elaborar o diagnóstico, o que possibilitou visualizar de forma mais clara a eficiência da universidade, inclusive em relação ao desempenho nos vários rankings internacionais.
Segundo a pró-reitora de Planejamento e Desenvolvimento Institucional da UEM, professora Sandra Mara Schiavi, os benefícios impactam as atividades de ensino, pesquisa, extensão e inovação. “O processo de internacionalização passa por todas as atividades da universidade, com o intuito de preparar estudantes e pesquisadores para uma sociedade multicultural, produzindo conhecimento qualificado e alcançando a excelência acadêmica”, afirma.
A elaboração do plano estratégico contemplou os seguintes eixos: idiomas; apoio institucional; atividades curriculares e extracurriculares; pesquisas e programas de pós-graduação; tecnologia de informação e comunicação (TIC); desburocratização; integração regional; qualificação de recursos humanos; e matriz de financiamento para internacionalização.
Dentre as propostas elencadas, estão previstas a inclusão do escritório de cooperação internacional na estrutura organizacional da universidade; a criação de comitê permanente de internacionalização; a inserção de temas de relevância global nas disciplinas dos cursos de graduação e pós-graduação; a criação de banco de dados com informações centralizadas sobre internacionalização; a revisão de regulamentos para desburocratizar as questões relativas à área; e o aproveitamento de parcerias internacionais no desenvolvimento regional.
O plano também contempla a captação de recursos e subsídios para viabilizar a participação da UEM em editais nacionais e internacionais. Outro ponto importante corresponde ao fortalecimento da pesquisa, considerando que as ações de internacionalização possibilitam mais visibilidade da produção científica em conformidade com os parâmetros mundiais, assim como a interação entre pesquisadores de diferentes países.
Todas as ações propostas estão interconectadas entre si e associadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Referência – A UEM se destaca em todos os rankings universitários, em nível nacional e internacional. A plataforma AD Scientific Index, por exemplo, aponta a instituição como 29ª do Brasil e 65ª da América Latina, em 2022, combinando indicadores relativos à produção de pesquisas científicas e tecnológicas.