Trabalho envolveu áreas de Biotecnologia, Informática e o Programa de Pós-graduação em Biociências e Fisiopatologia
Será apresentado na 29th International Conference on Systems, Signals and Image Processing, de 1 a 3 de junho, em Sofia, na Bulgária, o trabalho que resultou no desenvolvimento de um software que permite a análise semi-automática de fotomicrografias (imagens obtidas a partir de lâminas histológicas observadas ao microscópio). O trabalho foi desenvolvido por um grupo de quatro professores e três estudantes da Universidade Estadual de Maringá (UEM).
O programa mimetiza a metodologia de morfometria manual que foi proposta na década de 60 pelo cientista Ewald Weibel. O método consiste em sobrepor uma grade contendo 168 pontos sobre uma imagem histológica, possibilitando quantificar diferentes zonas de interesse a partir das intersecções destas com os pontos da grade.
O software proposto pelo grupo visa automatizar o método de Weibel, diminuindo o trabalho requerido do pesquisador e reduzindo o tempo necessário para a análise de cada imagem. Em uma primeira sequência experimental, o tempo necessário para análise das imagens foi reduzido em aproximadamente 40%.
O desenvolvimento do software começou a partir de demandas para agilizar pesquisas feitas no projeto de iniciação científica do estudante de Biotecnologia Celso Vítor A. Q. Calomeno, orientando das professoras Jaqueline C. Rinaldi e Gessilda A. N. de Melo, vinculadas ao Programa de Pós-Graduação em Biociências e Fisiopatologia (PBF). A partir deste projeto, o estudante entrou em contato com os professores Franklin C. Flores e Yandre M. G. Costa, ambos do Departamento de Informática (DIN).
Buscando alternativas para realizar o trabalho com a Grade de Weibel de maneira automatizada, os estudantes do DIN, Mateus F. T. Carvalho e Sergio A. da Silva Junior, utilizaram técnicas de processamento de imagem para desenvolver um método que segmenta as estruturas histológicas presentes na imagem utilizando separadamente as informações dos diferentes canais de cores. O software foi registrado junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) e, futuramente, a equipe planeja disponibilizá-lo para que outros pesquisadores possam utilizá-lo.
De acordo com o professor Julio C. Polonio, do Departamento de Biotecnologia, Genética e Biologia Celular (DBC), orientador de Celso durante o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e participante da pesquisa, a maior conquista deste trabalho é a integração de diferentes setores da universidade para a solução de uma demanda, com cada setor oferecendo sua contribuição de acordo com suas potencialidades, o que abre muitas portas para colaborações futuras.