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Tilápias melhoradas geneticamente possuem potencial para tratamento de queimaduras com preço acessível

A edição de maio da revista Globo Rural apresenta pesquisas e estudos científicos sobre o melhoramento genético de peixes, em especial a tilápia, realizados pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), além do uso da pele de tilápia para tratar queimaduras em pele humana por intermédio da medicina. 

Em 2005, a UEM foi pioneira na importação, para a América Latina, de 600 tilápias da linhagem Tilamax, aquela que ganha peso de forma mais rápida em cativeiro. Os peixes diversos eram de 30 famílias diferentes e foram alojados na Estação Experimental de Piscicultura, pertencente à universidade e localizada no distrito de Floriano, no Noroeste do Estado do Paraná. A estação abriga o primeiro centro público da América Latina de pesquisa sobre melhoramento genético de tilápias do nilo, o programa tilápia Max, e possui parcerias com instituições públicas e privadas. 

O professor do Departamento de Zootecnia (DZO) e coordenador do tilápia Max, Ricardo Pereira Ribeiro, é responsável por conduzir pesquisas no local. Em entrevista para a Globo Rural, Ribeiro relata que “acompanhar algumas horas do trabalho dos professores, profissionais e pesquisadores que atuam no laboratório é uma aula de ciência”. O conhecimento adquirido é transmitido aos estudantes de graduação e pós-graduação.

Uma das parcerias que a Estação de Piscicultura tem realizado é com a Universidade Federal do Ceará (UFC). Por meio dela, tem se desenvolvido estudos sobre o uso da pele da tilápia como biomaterial no tratamento de queimaduras em animais e seres humanos. Segundo a pesquisadora da UFC, Behatriz Odebrecht, esse assunto chama atenção de profissionais de saúde de várias áreas, além do seu potencial uso nas diferentes especialidades da veterinária. 

Com o desenvolvimento de uma prótese biológica e nacional é possível alcançar uma alternativa eficaz e de baixo custo, em especial para o Sistema Único de Saúde (SUS). A pele de tilápia desenvolvida acelera a cicatrização, não apresenta doenças e bactérias intercambiáveis com a saúde humana e possui abundância em colágeno, uma vez que utiliza menos radiação para tornar-se viável. Além de ser um procedimento menos doloroso ao paciente, pois necessita de menos trocas de curativos.

Em 2021, sob orientação do professor do curso de Zootecnia da UEM, Carlos Antônio Lopes de Oliveira, o pesquisador Humberto Todesco desenvolveu sua tese de mestrado com foco no melhoramento genético da pele de tilápia com a intenção de aumentar as fibras colágenas, desenvolvendo assim uma pele com maior qualidade e resistência. 

Segundo o professor Ricardo Ribeiro, com essa pesquisa será possível a produção e distribuição de matrizes com as características necessárias aos produtores, que poderão abastecer os hospitais que necessitam desse tratamento. O coordenador ainda acrescenta que “é importante esse destaque em uma revista nacional, porque nossas pesquisas repercutem positivamente o que estamos desenvolvendo para a Ciência, Medicina e Zootecnia e também para os produtores rurais e a sociedade como um todo”.

 

*Texto redigido com a supervisão dos jornalistas da Assessoria de Comunicação Social (ASC)