Premiação busca reconhecer o trabalho de profissionais de enfermagem; votação está aberta até dia 12
A enfermeira Rosane Almeida de Freitas, coordenadora da Comissão/Serviço de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT/SIHDOTT), do Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), está concorrendo ao Prêmio Protagonista: “A sua história nos inspira”, na categoria Histórias marcantes na atuação profissional. A honraria é concedida pelo Conselho Regional de Enfermagem do Paraná (Coren).
O Prêmio Protagonista visa homenagear, destacar e reconhecer o trabalho de profissionais de enfermagem, evidenciando seu papel frente aos desafios da profissão. A votação é por meio deste formulário on-line. O prazo é até dia 12 de novembro às 23h59.
Para Rosane Freitas, concorrer a esse prêmio é muito gratificante, porém mais gratificante é saber que a história submetida para o concurso foi escrita por um familiar de um paciente acolhido por ela. “Muitas vezes não temos noção do quanto o nosso acolhimento, nossa assistência, humanizada e respeitosa, afeta de forma positiva as famílias, como podemos observar no texto escrito por Laliane Kovaltchuk Zezzi Piovesan, assim como um mau atendimento pode afetar negativamente e até causar danos irreparáveis para toda família”, comenta Freitas. O texto pode ser conferido na íntegra, na página 65, neste link.
A coordenadora do CIHDOTT/SIHDOTT ressalta que os profissionais de saúde escolhem estar em um hospital, já a família e o paciente não. “Costumo dizer que o relógio de quem trabalha com acolhimento não tem ponteiros, pois estamos à disposição da família 24 horas por dia, 7 dias por semana. Já participei de reunião com família para doação de órgãos tendo acabado de receber notícia de morte na minha família e acabamos nos acolhendo mutuamente. Você coloca sua dor 'no bolso' e cuida da dor do outro e, quando vê o outro, está cuidando de você, é simplesmente emocionante”.
Ela conta que atuar no processo de doação não é uma tarefa fácil e que lidam diuturnamente com a dor e o sofrimento de quem perde um ente querido. “Não temos nenhum contato com as pessoas que recebem os órgãos e tecidos doados através do transplante, por questões éticas. Precisa mais do que preparo técnico, precisa ser humano e respeitar as crenças e a individualidade de cada família.”
“O foco principal do nosso trabalho é esclarecer as dúvidas que surgem seja durante o processo de determinação de morte encefálica ou mesmo durante a entrevista familiar para doação de órgãos e tecidos para transplantes de forma empática e acolhedora, independente da decisão da família. Entendo que quando deixamos explícito para a família que tudo o que estava ao alcance foi feito e tratamos a família com respeito, seja na comunicação da gravidade do caso ou até mesmo quando ocorre o óbito, a família compreende e agradece o nosso cuidado. Sendo assim a doação de órgãos e tecidos não é o objetivo e sim a consequência da assistência humanizada prestada”, compartilha a enfermeira.
Rosane Freitas reforça que é muito nobre a atitude de doação no momento em que se perde alguém. “Doar o que não faz falta para você é fácil, agora doar o bem mais precioso que temos alguém da nossa família acho o maior ato de caridade que existe. Mesmo não ganhando o prêmio já me sinto vitoriosa, pois o maior prêmio que recebo é a gratidão das famílias que passam por mim”.
Além disso, ela agradece os membros do SIHDOOT, os enfermeiros que atuam no processo de doação, Laliane Piovesan e toda sua família. “Que possamos fazer a diferença na vida daqueles que cuidamos, sejam pacientes ou familiares. Que a doação de órgãos e tecidos venha para ressignificar a morte, trazendo alento aos familiares que doam e oportunidade de vida aos que recebem”.
*Texto redigido com a supervisão dos jornalistas da Assessoria de Comunicação Social (ASC)