411 pessoas do PR, SC e RS se inscreveram na Conferência Regional, em Curitiba; UEM levou 14 representantes
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, participou de forma remota, da 5ª Conferência Regional Sul de Ciência, Tecnologia e Inovação. O evento ocorreu entre 25 e 26 de abril, na Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR), em Curitiba. Uma comitiva de 14 pessoas da Universidade Estadual de Maringá (UEM) participou das plenárias, que definiram as sugestões dos estados do sul do Brasil a serem enviadas para 5ª Conferência Nacional de C,T&I. As atividades ocorrem em Brasília, de 4 e 6 de junho.
A cerimônia de abertura contou com a participação remota da ministra Luciana, e com a presença: do secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Inácio Arruda; do secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldo Bona; do presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig; da diretora-geral da Secretaria de Estado da Inovação, Modernização e Transformação Digital (Sei), Jéssica Ieger e do reitor Leandro Vanalli.
Na ocasião, os representantes do Paraná assinaram o termo de cooperação com a UEM, liberando recursos para a realização do Paraná Faz Ciência 2024, que ocorre na Universidade de Maringá, entre os dias 7 e 11 de outubro.
Regional Sul – Em 2024, o tema Justiça, Sustentabilidade e Desenvolvimento foi adotado para todas as conferências estaduais e regionais de C,T&I. A Conferência Regional Sul contou com a participação da comunidade científica e de outros segmentos do Paraná, do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
Os participantes discutiram propostas em curto, médio e longo prazos para a ciência brasileira, sistematizadas nas conferências estaduais realizadas entre março e abril deste ano, pelos governos dos três estados do Sul.
Na programação de Curitiba estavam painéis temáticos, grupos de trabalhos e sessões plenárias deliberativas para votação de proposições para a ciência brasileira. As discussões foram divididas em cinco grupos de trabalho: reindustrialização e apoio à inovação empresarial; programas e projetos estratégicos; desenvolvimento social; expansão do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação; e popularização da ciência. Aliás, este último tema é uma proposta específica do Paraná.
Propostas – O presidente da Fundação Araucária sugeriu que a Região Sul do país estabeleça estratégias de financiamento da C,T&I permanentes.
“No Paraná, nossa meta é formar pessoas e atingir o patamar de Portugal, que possui 40 doutores por 100 mil habitantes. Com metas conjuntas, podemos alcançar essa marca e, mais importante, inserir essas pessoas no setor público e privado”.
O secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldo Bona, destacou o momento bem favorável da C,T&I, no Paraná.
“Temos investimentos recordes, 2% do orçamento estadual para Programas e Projeto na área, o que representa R$ 718 milhões. Importante lembrar que os debates deste evento podem nos ajudar a definir onde aplicar esses recursos. Mas em relação à recomendação de participar da discussão nacional, a Região Sul realizou um ótimo debate e leva um conjunto e recomendações concretas e objetivas para a Conferência Nacional”, declarou Bona.
MCTI - O secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social, do MCTI, Inácio Arruda, fez um chamamento a estudantes, pesquisadores e todo o povo brasileiro para fazer “um reboliço” e garantir a retomada da C,T&I como a principal estratégia para resolver os problemas brasileiros.
“Como vamos combater a violência, encontrar formas de habitação decentes para os menos favorecidos, pensar o uso do solo, os problemas ambientais? Com ciência. As conferências que estamos fazendo devem se tornar um marco para o futuro. Quem vai dizer como a comunicação vai funcionar no nosso país? Somos nós e não Elon Musk. Temos que responder a esses desafios com conhecimento científico. Contamos com todos para colocar a ciência e a tecnologia no topo do projeto de desenvolvimento da nação brasileira”, declarou o Arruda.
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, falou sobre a importância da C,T&I para o desenvolvimento e soberania do Brasil e o montante de investimentos destinado pelo Ministério para o setor em um ano.
“Em 2023, o FNDCT [Fundo Nacional de Ciência e Tecnologia] alocou um total de R$4,9 bilhões em recursos não reembolsáveis em todo o Brasil. Quando olhamos o orçamento utilizado por região, vemos que 13% desses recursos vieram aqui para o Sul, que ficou atrás apenas do Sudeste. E, aqui no Sul, ficou mais da metade, R$ 2,4 bilhões”, contabilizou a ministra.
Representando a UEM, o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Instituição, Mauro Ravagnani, disse que a Conferência reforça o relacionamento dos três estados do Sul para questões importantes como a criação da Rede Sul de Pesquisa e Pós-Graduação.
“Precisamos muito retomar discussões importantes, não só dentro das Universidades, mas junto à população. Discutir ciência, tecnologia e inovação é muito importante, porque pode, entre outras coisas diminuir os efeitos do negacionismo, que surgiu mais forte com a pandemia”, alertou o professor.
PARCERIAS – A 5ª Conferência Regional Sul de Ciência, Tecnologia e Inovação foi coordenada pelo Governo do Paraná, por meio da Seti. O evento contou com a parceria dos governos do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, por meio das respectivas pastas de C,T&I. No Paraná, a organização reúne outras instituições, como a Secretaria da Inovação, Modernização e Transformação Digital (SEI), a Fundação Araucária e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), escolhida para sediar o evento.
Os documentos compilados em Curitiba e em cada região do país serão usados para elaborar a nova Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI), para o período de 2024 a 2030. A grande discussão ocorrerá na Conferência Nacional, que será promovida pelo MCTI, entre 4 e 6 de junho, em Brasília. Esse evento maior envolve a articulação de mais de 40 instituições e oito ministérios.
Os painéis e palestras que foram transmitidos pelo canal no YouTube, da Universidade Virtual do Paraná (UVPR), ficarão hospedados lá, à disposição de quem tiver interesse em conhecer ou rever as discussões do evento.
Com informações da Seti e do MCTI