Capela Balsa Nova

Capela é símbolo do tropeirismo e da ocupação do Sul do País; conjunto havia recebido tombamento provisório em 2012

Relatado pela professora Tânia Nunes Galvão Verri, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo (DAU), da Universidade Estadual de Maringá, na 105ª Reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, em Brasília, o processo "Conjunto da Capela de Nossa Senhora da Conceição do Tamanduá, em Balsa Nova, no Paraná", propondo o tombamento definitivo, foi aprovado por unanimidade e a edificação se tornou Patrimônio Cultural Brasileiro.

Verri integra o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, órgão colegiado de decisão máxima do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). 

Segundo a professora, o processo foi denominado conjunto porque engloba a igreja, seu acervo de bens móveis e integrados e pelo bosque que a circunda. 

Com a decisão pelo tombamento, o conjunto será inscrito no Livro do Tombo Histórico, no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico e também no Livro do Tombo de Belas Artes.

Trata-se de uma grande conquista para o Paraná e para o Brasil, a partir da participação direta de uma servidora representante da UEM num colegiado de nível nacional como é este conselho consultivo do Iphan.

Situada na área rural do município de Balsa Nova, a cerca de 50 km de Curitiba, a capela foi construída entre 1727 e 1730, para abrigar a imagem de Nossa Senhora da Conceição que Antônio Tigre, fundador do então povoado de Tamanduá, mandou vir de Portugal. A edificação foi levantada no mesmo local onde antes teria existido uma capela de madeira construída pelos frades carmelitas, por volta de 1709.

Capela interna

Com estrutura semelhante à de outras capelas rurais, apresenta planta simples, com nave única e capela mor, além de uma sala que às vezes funciona como sacristia. O telhado possui duas águas sem distinção de volume entre nave, capela e sacristia. 

Feita em alvenaria, a construção é de alvenaria de pedra, com poucos vãos, sem torres e ornamentação, contando apenas com um sino na parede ao lado da sacristia. Elementos como a pia batismal e os enquadramentos em cantaria que emolduram as portas e janelas identificam a capela como um dos últimos monumentos remanescentes dos primeiros tempos de ocupação do sertão paranaense.

As análises e o pedido de tombamento federal do conjunto se iniciaram na década de 1950, por iniciativa do diretor da Divisão do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do Paraná à época, Oldemar Blasi, que encaminhou relatório e documentação fotográfica ao então diretor do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Rodrigo Melo Franco de Andrade.

Na análise do processo, em 1951, o arquiteto Lúcio Costa reconheceu que a importância do bem ia além dos limites do estado do Paraná, considerando, entre outros fatores, a permanência de “elementos autênticos” ainda preservados, apesar de intervenções sofridas ao longo dos anos. O arquiteto sugeriu, ainda, que fosse incluída no tombamento a área circunvizinha da capela, para preservar a “cintura de bosque” que a cerca. Outras informações no link

(Com informações da Assessoria de Comunicação do Iphan)