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Ipem detecta irregularidade em tijolos vendidos em Maringá


 
 

Pelo segundo ano consecutivo, o Instituto de Pesos e Medidas do Paraná (Ipem) fiscalizou as dimensões dos tijolos vendidos em Maringá e, novamente, reprovou a grande maioria das marcas comercializadas na cidade. Dos 13 blocos cerâmicos aferidos, de olarias distintas, 12 não respeitavam o tamanho padronizado pela Portaria Inmetro nº 127/05. A fiscalização, por amostragem, se deu apenas nos tijolos de seis furos – de nove centímetros de largura por 14 de altura e 19 de comprimento –, tipo mais vendido em Maringá e região.

O chefe do Ipem na regional noroeste, Michel Ravazi, explica que o bloco cerâmico é um dos poucos itens aferidos pelo instituto em que não é tolerado diferença de tamanho em relação à medida padrão, nem para mais nem para menos. Isso não justifica, diz ele, o índice de reprovação de 92,3% registrado em Maringá. “Vamos intensificar a fiscalização para tentar coibir esse tipo de situação, porque o consumidor está comprando um produto e levando outro”, declarou.

Prejuízo
Nos cálculos do Sindicato da Indústria da Construção Civil da Região Noroeste do Paraná (Sinduscon Nor-PR), a diferença do custo de produção, quando se utiliza tijolos menores do que o recomendado, é até 20% a mais do que com blocos cerâmicos dentro das especificações do Inmetro. Prejuízo que pode ser ainda maior se, além de estarem fora do tamanho ideal, os tijolos foram de má qualidade.

“Além de as peças estarem menores do que o previsto, há também o problema de muitas vezes não terem a resistência ideal. Fizemos um trabalho com as olarias para tentar regularizar isso, mas por causa da concorrência o tamanho dos tijolos acaba sendo diminuído, para se tornar competitivo no mercado”, comentou o engenheiro civil Cláudio Alcalde, membro da diretoria do Sinduscon Nor-PR.

Alcalde diz que faz 15 anos que o Sinduscon luta para que as olarias respeitem os padrões do Inmetro, o que, segundo ele, só ocorre nas semanas seguintes às fiscalizações. “O Ipem faz a inspeção, as olarias se comprometem a regularizar a situação, é feito um termo de ajustamento, mas passado certo período o pessoal começa a relaxar e a diminuir o tamanho dos tijolos”, disse. Tijolos com 8,5 centímetros de largura por 13,5 de altura e 18,5 de comprimento é fato comum, diz Alcalde, em Maringá.

Especialista em argamassa, o professor José Aparecido Canova, do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Maringá (UEM), explica que o problema é de ordem econômica, já que tijolos fora das especificações não chegam, segundo ele, a causar riscos à obra. “O bloco cerâmico é utilizado para vedação, e não como material de estrutura. O problema, nesse caso, é de desperdício de argamassa mesmo”, explicou.