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Alunos do ensino médio são favoráveis

A maioria dos alunos de ensino médio ouvidos ontem pela reportagem consideram a política de cotas bem-vinda. Apenas uma aluna, de um colégio particular, discordou da porcentagem de 20% de vagas destinada aos alunos de escolas públicas e de baixa renda, que poderão disputar as vagas do vestibular. Na opinião da garota, a porcentagem deveria ser menor.

Thaysa Frez, de 17 anos e Felipe Brazin, de 18, freqüentam a escola pública desde que iniciaram a vida escolar e são alunos do terceiro ano do ensino médio. Ambos aprovaram as cotas da UEM e acrescentaram que não será por causa da porcentagem reservada à escola pública que a aprovação de ambos está garantida.

"Poder disputar com alunos que tiveram as mesmas oportunidades que nós é mais animador", afirmou Thaysa. "É natural que os alunos das escolas particulares tenham mais chance no vestibular. Eles têm uma carga horária maior de estudos e cursos. Mas, com essa divisão, tudo vai depender também do esforço do aluno", destacou Brazin.

Flávia Nicole vê na implantação das cotas uma oportunidade extra para cursar Direito numa instituição pública: "Eu fico feliz de ver que estão incentivando a gente a continuar nos estudos, mas eu ainda acho 20% pouco", disse. "O número de alunos em escola pública é muito grande", ela argumentou.

A amiga de Flávia, Graziely Leal, está freqüentando um curso pré-vestibular e destacou que muitos dos conteúdos estudados por ela ainda não foram vistos na escola pública que cursa o ensino médio. "Existe todo um trabalho do conteúdo das matérias de forma diferente", destacou Graziely. "Espero agora que muitos passem no vestibular, porque depois é a gente que tem que trabalhar para pagar uma faculdade particular."

Já entre os alunos de uma escola particular da cidade, poucos quiseram dar entrevista, mas dos quatro que concordaram conversar com a reportagem, todos apoiaram a medida. "É uma chance a mais para o pessoal da escola pública. Eles têm menos oportunidades de cursos e de aprender menos conteúdos que nós", afirmou Vítor Alexandre Pachoal Ariaco.

"A igualdade é importante, até porque tem muita gente que estuda a vida toda numa escola particular e não aproveita. Assim, quem não teve essa oportunidade, mas sempre se esforçou, pode ser recompensado no vestibular", explicou Dino Diego de Almeida.