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Cães auxiliam tratamentos no Hospital Universitário

Uma nova proposta de terapia, com uso de animais, foi implantada no Hospital Universitário (HU) de Maringá. É o projeto ‘Anjos de Patas’.

No processo, são usados cães como intermediadores no tratamento de crianças e outros pacientes de forma a estimular um estado de melhora física e de diminuição do estresse. A proposta, conhecida como sinoterapia, levará os cães à instituição pelo menos uma vez no mês.

Projetos semelhantes já foram adotados pelo Asilo São Vicente de Paulo e pela Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae).

Kion, Ben-Hur e Xica, três cães devidamente paramentados, roubam a atenção de médicos e pacientes do HU e conseguem, pelo menos enquanto estão presentes, fazer esquecer que estão em um ambiente hospitalar.

“É isso que queremos: despertar em nossos pacientes a sensação de que eles estão fora daqui”, explicou o chefe de Pediatria do HU, o médico Esmeraldo Costa Filho.

“Foi uma ótima surpresa. Ela (criança) ficou bem animada com o cachorro e até se movimentou mais do que de costume”, afirmou Rosa Aparecida da Silva Rosa, mãe de Janaína Rosa, que sofre de paralisia cerebral e acompanhava atenta a cadela Xica, da raça labrador, que insistia em encostar a cabeça no colo da menina.

“Olha o au-au”, gritava Vitória Sousa Jorra, de um ano e oito meses, ao avistar o cão Kion. “Ela ficou muito feliz, dá pra ver como ela ficou agitada. Até agora a pouco ela estava toda amuada”, relatou a mãe de Vitória, Stefânia Maiara da Silva Sousa.

“Ele até parou de chorar, dá para ver que tá mais animadinho”, destacou Leandra Aparecida Carvalho, enquanto segurava o filho, de um ano e oito meses, internado por causa de uma queda no número de plaquetas no sangue. “Foi só ele ver o cachorro para pedir pra levantar da cama.”

Treinados

A proposta do ‘Anjos de Patas’ foi ‘importada’ de São Paulo por Luiz Baldez e Ana Lívia Lavour, donos de um clube de cães em Maringá. Eles fizeram vários cursos para compreender o comportamento animal e decidiram fundar o projeto há quase dois anos.

“A vontade de mostrar como os animais fazem bem foi o que nos motivou a desenvolver essa proposta”, explicou Ana Lavour.

“Qualquer raça pode ser treinada. O que define se o animal é bom ou não para o trabalho é o temperamento dele. Em São Paulo, até pit bull faz esse trabalho.”

Não só a propensão à agressividade do animal é levada em consideração na hora de treinar o cão para a sinoterapia. A higiene física do cachorro também é outro ponto essencial do trabalho.

“Todos os animais são higienizados, tomam vermífugo, são vacinados e têm, inclusive, os dentes escovados”, afirmou Luiz Baldez.

“Essa é uma atividade muito comum no exterior. O que o cachorro causa no paciente é muito aparente. É uma alegria instantânea”.