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Falta museu?

 

Maringá não possui, na prática, um museu de arte, embora calendário de exposição seja bastante diversificado; artistas dizem que implantação melhoraria a situação

 


 
Rafael Silva
 
Flor Duarte: Maringá não possui um museu de arte, mas está com calendário de exposição cheio


A Secretaria de Cultura de Maringá reconhece a falta que faz para o cenário artístico local um museu de arte oficialmente instituído e funcionando na cidade.
Hoje os únicos museus efetivamente existentes são o Museu da Bacia do Paraná e o Museu Dinâmico Interdisciplinar (Mudi), ambos na UEM.
O conceito de museu de arte já existe legalmente no Município, mas ainda não foi implantado na prática.
“O meu desejo é de termos dois andares [no teatro Calil Haddad] para um Museu de Arte”, revela a secretária municipal de Cultura, Flor Duarte.
“Temos, em teoria, o início de um estudo para implantar esse museu”.
Flor quer regulamentar a situação, mas ainda não sabe quando isso acontecerá.
O primeiro piso no Calil Haddad – onde fica o Museu Helenton Borba Cortes (mas que não está oficializado como museu)– é onde acontecem eventos como a exposição de cerâmicas com obras de artistas maringaenses e que vai até o próximo mês.
O segundo piso também é usado para exposições, mas está fechado para manutenção.
Expectativa
Não há nenhuma informação oficial, mas a expectativa é que o museu de arte só saia da teoria a partir de 2010, já que em 2009 o foco é a biblioteca municipal.
A secretária comenta que este ano já foram feitos contatos e parcerias com a Coordenação Estadual de Museus (Cosem), da Secretaria Estadual de Cultura.
Atualmente o espaço de exposições no Calil é destinado a mostras de artistas contemplados na Lei Municipal de Incentivo e também de artistas que enviam projetos à Secretaria. Flor garante que o calendário de exposição é cheio durante todo o ano.
Acervo
Flor também explicou que hoje o município não possui acervo para um museu de arte, apenas acervo histórico, um aspecto importante para a oficialização e implementação de um museu.
A falta de um espaço específico como museu de arte também reduz as possibilidades de exposições para os artistas locais, fazendo com que eles mostrem pouco sua arte para a população maringaense.
Para o artista plástico Ademir Kimura, 40 anos, a implantação de um museu específico ajudaria a colocar Maringá no circuito nacional, recebendo exposições que passam por museus e centros culturais em grandes centros.
“Também é importante para formar um acervo com obras de artistas locais e de repercussão nacional”, avalia. Kimura participou de duas exposições este ano em Maringá: a individual “Monocromo” e a coletiva “Dez”.
Já Jorge Pedro, 53 anos, aponta que um museu também vai colaborar para ampliar a oferta de atividades como palestras, oficinas e eventos artísticos.
“É muito importante um espaço específico, porque aglomera o público e é um peso cultural para a história da cidade”, cita o artista, que já expôs em cidades do Brasil e do exterior, mas só fez uma única exposição este ano em Maringá: “As minhas, as suas, as nossas gavetas”.