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Encontro com o erudito

 

Repertório traz obras compostas para violão dos períodos pré-Romântico, Romântico e Contemporâneo


 
Vanderley Costa
 
Violonista Flávio Apro se apresenta hoje no projeto Convite à Música

 

 

A noite de hoje representa um encontro de estilos no violão erudito no Auditório Luzamor. O repertório começa com o Romantismo de Bach, passando pela virtuosidade de Nicolo Paganini e chegando até compositores contemporâneos.

No palco do Convite à Música, esse repertório será interpretado pelo violonista, professor e pesquisador Flávio Apro. As músicas, segundo ele, foi selecionado para que o recital falasse a “todos os estados de alma”, com momentos de suavidade e explosões de energia.

Apro explica que o violão erudito ainda é pouco ouvido no Brasil, mas o instrumento sempre teve lugar de destaque nas orquestras. As pessoas se habituaram ao violão como acompanhamento ou na música popular, por isso a sonoridade do erudito pode surpreender. “Eu já me apresentei três vezes no projeto e o público é bastante receptivo. Esse concerto é especial, porque foi desenhado como uma homenagem aos meus alunos”, afirma. Apro é docente do curso de Música da UEM e acredita que é importante cativar a comunidade para promover formação de público para diferentes estilos.

Na primeira parte do recital, o violonista apresenta composições do século 18. De J.S. Bach, vem uma composição para violino solo, a “Chaconne”, uma peça em três partes que traduz o espírito da fase que antecedeu o Romantismo.

A “Grand sonata em lá maior”, de Paganini, nasceu de um pedido do violonista e compositor Luigi Legnani. Apesar de ter composto essa peça para violão, Paganini foi um virtuose do violino tanto como compositor quanto instrumentista.

Na segunda parte da apresentação, o público vai sentir o tempero da música contemporânea. “Participei recentemente, como concertista, de um festival internacional em homenagem ao cubano Leo Brouwer, que é lembrado pela música minimalista, fase atual de sua obra. Eu trouxe essa atmosfera para a segunda parte do recital”, diz Apro.

Também na segunda parte, o violonista vai interpretar a composição “Tarantos”, música em que Brouwer se rende aos encantos da música flamenca. Aobra do compositor Joaquin Turina, encerra a apresentação, com forte influência do violão clássico espanhol.