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Emprego em dezembro tem pior resultado em 10 anos

No mês, emprego formal teve saldo negativo de 2.275 vagas, menor desemprenho da série histórica do Caged; 2008 foi o melhor ano na geração de empregos, com crescimento de 8,69%

 

Dados divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego mostram que em dezembro de 2008, Maringá teve o pior saldo de contratações desde 1999, quando foi iniciada a série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No mês passado, o emprego formal teve saldo negativo de 2.275 vagas - 5.627 pessoas demitidas e 3.352 contratadas. Anteriormente, o pior resultado no mês de dezembro havia sido registrado em 2004, quando o saldo negativo foi de 1.620 postos de trabalho.

Mais da metade do saldo negativo de dezembro em Maringá foi produzido pela indústria de transformação. Neste setor, foram demitidas 1.734 pessoas e contratadas apenas 547. Comércio e serviços contrataram mais de mil empregados, mas também tiveram saldo negativo no mês – respectivamente -395 e -480 vagas no mercado formal.

Além dos trabalhadores temporários, que todos os anos engrossam os números de demissões em dezembro, em 2008 o saldo negativo foi ainda maior devido à desaceleração da indústria. “Em Maringá, este setor está interligado com a indústria nacional, principalmente em atividades relacionadas a commodities agrícolas, como açúcar, etanol e carne”, explica o economista Joílson Dias, professor-doutor da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Desde outubro de 2008, a indústria maringaense reduziu sua própria produção, com reflexos no mercado formal de trabalho em dezembro. Foi o caso da unidade local do Frigorífico Mercosul, que fechou as portas e demitiu 480 funcionários no dia 15 de dezembro.

2008
Mesmo com os números negativos de dezembro, 2008 foi o melhor ano de geração de empregos em Maringá desde que o levantamento começou a ser feito pelo Caged. O saldo final de empregos gerados é de 8.657 vagas, aumento de 8,69% em relação a 2007. No primeiro semestre, Maringá teve um saldo médio de 1.189 vagas por mês. Com a crise, o saldo médio do segundo semestre caiu para 253 vagas por mês.

 Vinícius Carvalho