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Perigo do uso indiscriminado

Muitos dos medicamentos fitoterápicos não podem ser consumidos de forma indiscriminada. Diógenes Aparício Garcia Cortez, doutor em Produtos Naturais e professor do departamento de Farmacologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), afirma que, sem orientação médica ou farmacêutica, até mesmo um remédio elaborado somente a partir de plantas, pode provocar a morte.

Cortez explica que esses casos são mais comuns quando o consumo é muito elevado. “Os efeitos causados pelos fitoterápicos se devem às substâncias químicas presentes nas plantas” explica. “Se o paciente toma além do necessário, pode sofrer uma intoxicação ou uma reação alérgica.”

Como exemplo, ele cita um bronzeador feito a partir de folhas de figo que pode ocasionar queimaduras graves, se usado de forma inadequada.

Para evitar problemas, é preciso cautela. Cortez relata que, após conversar com um médico ou farmacêutico, deve-se checar se o fitoterápico indicado tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O registro garante que o produto foi testado, a eficácia comprovada e que a fórmula não conta com nenhuma substância química na fórmula. Se houver, não é fitoterápico.

O professor chama a atenção para os remédios naturais caseiros. Às vezes, após sentir determinados sintomas, as pessoas recorrem a essas fórmulas, porque conhecem alguém que sentia o mesmo e que alega que se curou após consumir o remédio.

“As plantas são utilizadas na medicina desde tempos imemoriais, mas isso não quer dizer que possam ser consumidas sem qualquer critério”, alerta.

Cortez ressalta ainda que não são todos os fitoterápicos que podem gerar conseqüências graves. Chás de plantas como boldo, camomila e erva cidreira não costumam fazer mal. Sachês dessas plantas são comercializadas em mercados e feiras, e as pessoas podem utilizá-las.

Em relação aos medicamentos que auxiliam o emagrecimento, a exemplo dos chás branco e verde, o professor diz que não estão entre os que geram maior risco.

Cortez defende que, antes de produzir medicamentos fitoterápicos, as empresas procurem fechar parcerias com instituições de ensino superior.

“O trabalho em conjunto, com cientistas das empresas, universidades, centros universitários e faculdades, atesta maior qualidade aos remédios, gerando também mais empregos.” A legislação deve ser seguida à risca e todos os testes científicos, realizados.

 

Thiago Ramari