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Consumo em Maringá tem alta de 67% em cinco anos

Poder de compra do maringaense aumentou sete vezes mais do que o crescimento demográfico; classe E encolheu 80% e classe B aumentou 55%

 

De 2003 para 2008, o poder de compra da população maringaense aumentou 67% - sete vezes mais do que o crescimento populacional, que foi de 9%.

O consumo das famílias cresceu a uma taxa de 10,9% ao ano de 2003 até 2008. No mesmo período, a população cresceu a uma taxa de 1,74% ao ano.

Os dados constam na pesquisa anual Brasil em Foco, da consultoria especializada Target, de São Paulo. Em 2003, os 304 mil maringaenses consumiram R$ 2,6 bilhões no ano. Em 2008, já com 331.412 habitantes, o consumo foi de R$ 4,4 bilhões.

A classe B2, com renda média mensal de R$ 2.256, foi a que mais cresceu. Em cinco anos o número de famílias passou de 14.683 para 24.549, aumento de 67,19%.

A classe B1, com renda domiciliar mensal de R$ 3.944, aumentou 36,46%, com a entrada de 3.253 famílias. Só a classe B consumiu em 2008 cerca de R$ 2 bilhões.

Por outro lado, a classe E, formada por famílias com renda mensal média de R$ 329, diminuiu 80%. Em 2003, havia 5.758 famílias que se enquadravam nessa faixa de renda. Em 2008, o número de famílias caiu para 1.146.

Com a redução, o consumo desta classe caiu 66% e agora representa apenas R$ 8 milhões.

Na elite social da cidade, restaram menos ricos, mas os que permaneceram no topo, têm mais poder de consumo. O número de famílias classe A1 – com renda mensal média acima de R$ 14.250 – caiu de 1.454 para 1.062. Na classe A2 – ganho familiar médio de R$ 7.557 – a redução foi de 5.723 para 5.430. No total, 685 famílias deixaram a classe A. Os 6.492 domicílios ricos que sobraram em 2008 tiveram um aumento de consumo de 37,5%.

Economia mais sólida
Para o economista Neio Lúcio Peres Gualda, doutor em Economia e professor do Departamento de Ciências Econômicas da Universidade Estadual de Maringá (UEM), a melhoria no bem-estar social da população é inegável.

“O que explica esse avanço é a melhoria na renda, associada ao crescimento real do valor do salário mínimo, aos programas de transferência de renda do governo federal e o crescimento da massa salarial.”

Em cinco anos, 27.901 pessoas entraram no mercado formal de trabalho local – aumento de 32,35% no número de carteiras assinadas.

Para Gualda, o crescimento do consumo interno torna a economia de Maringá mais sólida. “No passado, o avanço econômico do município estava muito atrelado ao desempenho do setor que produz produtos primários, onde os preços são determinados no mercado externo”, explica.

“Agora, o desenvolvimento é focado no mercado interno, indicativo de uma economia com fundamentos mais sólidos.”

 

Vinícius Carvalho