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Índices que regulam o setor sofrem deflação

Pesquisas realizadas pelo IBGE e pela FGV indicam que houve desaceleração nos aumentos dos índices que reajustam a construção civil, o aluguel e a energia elétrica

 

O índice do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi) registrou, em fevereiro, variação de 0,32%, valor pouco abaixo da taxa de 0,39% verificada em janeiro.

O resultado ficou 0,11 ponto porcentual abaixo da taxa de fevereiro de 2008.

Calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em convênio com a Caixa Econômica Federal (CEF), o Sinapi acumula, este ano, elevação de 0,71%. Nos últimos 12 meses,terminados em fevereiro, a taxa chega a 11,55%.

De acordo com o professor da área de empresas, do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Antônio Zotarelli, o mercado está influenciado pela lei da oferta e da procura.

“A taxa subiu em fevereiro, mas em comparação com janeiro diminuiu talvez porque quem compra está comprando menos. As lojas percebem, fazem promoções e diminuem os preços”, analisa.

Segundo o IBGE, o custo nacional da construção, por metro quadrado, passou de R$ 679,41 (janeiro) para R$ 681,58 (fevereiro), sendo R$ 399,70, referentes aos gastos com materiais, e R$ 281,88, com a mão-de-obra.

Os materiais tiveram alta de 0 49% em fevereiro, mantendo, assim, a trajetória de desaceleração observada desde outubro do ano passado.

A componente mão-de-obra também recuou, com taxa de 0,08% em fevereiro contra 0,18% em janeiro. Ambos os resultados ficaram abaixo dos registrados em fevereiro de 2008, de 0,67% e 0,10%, respectivamente.

Ainda de acordo com o professor, após uma rápida análise dos números, o cenário apontado pelos dados é de desaceleração. “As taxas devem cair um pouco mais. A resposta não é imediata, mas com a baixa na taxa Selic, esta semana, os preços tendem a baixar em todos os setores”, avalia.

Nos dois primeiros meses deste ano, a alta dos materiais atingiu 1,02%, e, em 12 meses, chegou a 13,42%. Nesse período, a mão-de-obra registrou acumulados de 0,27% e 9,01%.

No conjunto das regiões geográficas, o Norte (0,60%) e o Sudeste (0,35%) se destacaram, em fevereiro, com as maiores altas, situando-se acima da média nacional (0,32%).

Além disso, o Nordeste registrou alta de 0,32%, o Centro-Oeste, de 0,16%, e o Sul, de 0 14%. O menor acumulado no ano coube à região Sul (0,56%) e, nos últimos 12 meses, ao Nordeste (10,95%).


Aluguel e energia

O Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) teve deflação de 0,45% na primeira prévia de março, depois de ter registrado alta de 0,42% no mesmo período do mês anterior. O dado foi divulgado esta semana pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Utilizado para correção de contratos de aluguel e de energia, o indicador acumula no ano deflação de 0,62%. Nos últimos doze meses, a alta é de 6,59%.

Para composição do indicador, contribuíram a deflação de 0,71% do Índice de Preços por Atacado (IPA) contra alta de 0,49% no mesmo período de fevereiro. Responsável por 60% do IGP-M, o resultado foi puxado pelos preços.

O Índice de Preços ao Consumidor teve elevação de 0,03% ante o crescimento de 0,21%. O recuo foi puxado pelos alimentos, com deflação de 0,06% para 0,051%.

A pesquisa de preços, pela Fundação Getúlio Vargas, foi realizada entre os dias 21 e 28 do mês de fevereiro.

Juliane Damno