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Big e Mercadora voltam a admitir pesquisa; Condor é o único a manter proibição

Decisão foi anunciada no início da noite pela divisão de Assuntos Corporativos do grupo Wal-Mart, que controla os dois supermercados

 

O grupo Wal-Mart Brasil, proprietário dos supermercados Big e Mercadorama, anunciou nesta terça-feira (24) a decisão de liberar as pesquisas de preços feitas por O Diário/UEM em suas lojas de Maringá. A medida foi tomada pouco mais de 24 horas após a rede ter enviado um comunicado ao Departamento de Estatística da UEM, proibindo a entrada dos pesquisadores em suas lojas para a coleta de preços.

Em nota enviada a O Diário, no início da noite de hoje, o grupo Wal-Mart, por meio de sua divisão de Assuntos Corporativos em Curitiba, informa que reviu a proibição. “Reconsideramos nossa posição e nos colocamos à disposição para colaborar com a referida pesquisa, que vem sendo realizada em nossas lojas Mercadorama e Big em Maringá”, diz a nota.

A justificativa para a liberação é o fato da UEM ter apresentado sua metodologia de pesquisa – a mesma estabelecida pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). “O Wal-Mart Brasil entende a importância das pesquisas de preços realizadas por instituições sérias, como é o caso do trabalho desenvolvido pelo Departamento de Estatística da Universidade Estadual de Maringá”, assina o grupo.

Com a decisão do Wal-Mart, o único supermercado que ainda barra a coleta de preços é o Condor – que começou a impedir a entrada dos pesquisadores em 18 de fevereiro.

A pesquisa de preços – mais conhecida como o Tabelão – é realizada desde agosto do ano passado, semanalmente. Seguindo a metodologia do Dieese, os pesquisadores coletam os preços de 31 itens da cesta básica. Sempre é anotado o menor valor para cada produto especificado por peso, volume ou número de unidades, independente da marca.

Em Maringá, foram escolhidas para a coleta de preços as oito principais redes de supermercados – Atacadão, Big, Bom Dia, Cidade Canção, Condor, Mercadorama, Super Muffato e São Francisco. No caso das redes que possuem mais de uma loja, o estabelecimento que será pesquisado é escolhido por meio de sorteio.

 

Consumidor

“É proibido informar?”. Esta foi a reação do presidente da Associação Nacional de Defesa do Consumidor (Andec) de Maringá, Paulo Menezes, ao avaliar a atitude dos supermercados – atualmente, apenas o Condor – de impedirem a coleta de preços de produtos da cesta básica.

“O consumidor vai desconfiar que aquele mercado está com preços mais caros, porque se estivessem com preços baixos, seria até interessante para eles que fossem divulgados”, opina.

(Colaboraram Vanda Munhoz e Vinícius Carvalho)

Fábio Linjardi