Apesar do aumento nos empréstimos, poupança e conta corrente privadas diminuíram; no ano passado, movimento financeiro aumentou 14%
Há cinco anos, todas as agências bancárias de
Maringá juntas mantinham R$ 1,5 bilhão em seus cofres. Em dezembro de 2008, a
soma de dinheiro depositado nos bancos do município chegou a R$ 4,1 bilhões
aumento de 162%. As informações constam no relatório de captação e aplicação de
recursos de agências bancárias, disponibilizados pelo Banco Central.
No
ano passado, houve um aumento de 14,08% no volume movimentado. Em dezembro de
2007, as agências bancárias maringaenses mantinham R$ 3,6 bilhões em depósitos.
O aumento foi puxado pelas operações de crédito. Ao longo de 2008, as
agências de Maringá aumentaram as operações de financiamento. Em cinco anos, a
participação do crédito no volume total de recursos movimentado pelas agências
de Maringá passou de 42,34% para 52,95%.
De acordo com o Banco Central,
Maringá está na contramão da tendência de retração de crédito que afeta a
economia nacional. De 2007 para 2008, o volume de operações em Londrina caiu de
R$ 2,3 bilhões para R$ 2 bilhões redução de 14,91%. No mesmo período, as
operações em Maringá cresceram 14,97% e ultrapassaram o volume liberado em
Londrina, chegando a R$ 2,2 bilhão.
De acordo com o economista Antonio
Zotarelli, professor do Departamento de Ciências Econômicas da Universidade
Estadual de Maringá (UEM), o aumento no volume de recursos no município coincide
com o período em que o País todo experimentou uma expansão de liquidez
monetária.
Houve um volume excessivo de recursos, com o aumento das
carteiras de crédito, crédito consignado e financiamento de imóveis, aponta
Zotarelli.
Ele destaca que nos últimos cinco anos, as principais
commodities agrícolas tiveram boas cotações e safras expressivas, o que
colaborou com o aumento da renda do município.
Os empréstimos que
encheram os cofres dos bancos de Maringá em 2008 vão muito além do crédito
rural. De acordo com a Superintendência de Maringá da Caixa Econômica Federal, o
ritmo de crescimento do crédito imobiliário aumentou 112% nos últimos 12 meses.
No primeiro bimestre de 2008, liberamos financiamento para 472 imóveis.
No mesmo período deste ano, foram 1.147 imóveis, afirma o gerente regional
Paulo de Tarso do Amaral Rodrigues.
Para ele, a concessão de crédito
pode ter se retraído nas instituições privadas, mas não sofreu queda nos bancos
estatais. Apesar da crise, estamos financiando num ritmo ainda mais forte do
que no ano anterior, ressalta.