Imprimir

Combate de vírus deverá garantir mandiocas mais saudáveis

Pesquisas voltadas à análise e combate de vírus que atacam as roças de mandioca deverão garantir um maior nível de saúde à planta, e aumento de sua produtividade. O projeto, denominado “Produção de manivas / ramas livres de vírus”, foi lançado, oficialmente, na manhã desta sexta-feira (3), no auditório do Sindicato Rural de Paranavaí, com a presença de pesquisadores, técnicos, autoridades políticas e sindicais, industriais e produtores de mandioca. A pesquisa visa, primeiramente, a identificação dos tipos de vírus que atacam as lavouras, e o tratamento das ramas com anti-soro, que serão, posteriormente, propagadas para distribuição aos produtores rurais.

O Laboratório está em fase adiantada de instalação no Campus da Universidade Estadual de Maringá (UEM), que tem como parceiro o IDR (Instituto para o Desenvolvimento Regional). A implantação da pesquisa foi viabilizada com recursos da Financiadora Nacional de Estudos e Projetos (Finep), do Sebrae, do Cetem (Centro Tecnológico da Mandioca), e outros parceiros ligados à cadeia produtiva.

As atenções para o setor, no sentido de se investir no combate a doenças e na busca de maior produtividade, começaram a ganhar força no ano 2006, durante a realização do Programa Apoio Direto à Inovação (ADI), concebido pelo IDR e apoiado pelo Sebrae. A parceria se solidificou com a adesão da UEM; UEL (Universidade Estadual de Londrina); Embrapa; Emater (Empresa Paranaense de Pesquisa Agropecuária); Cetem; ABAM (Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca); SIMP (Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná); Aproman (Associação dos Produtores de Mandioca do Noroeste do Paraná); e, Assimap (Associação das Indústrias de Derivados de Mandioca do Paraná).

Além de mapear os vírus, o laboratório também vai pesquisar e produzir o anti-soro, uma vez que não existe produto do gênero no mercado. “Teremos que implementar uma ferramenta de diagnose que nos permita definir os tipos de vírus que estão contaminando as plantas. Este é um projeto arrojado, pois vai introduzir uma nova tecnologia no setor”, salienta o professor doutor Eliezer Rodrigues de Souto, do Departamento de Agronomia da UEM, coordenador das pesquisas. Ele elogiou a iniciativa das instituições envolvidas, frisando que as parcerias estão permitindo que se faça no Noroeste “o que pouco se faz no Brasil: se organizar em busca de um objetivo comum”.

O pesquisador já começou a primeira fase do projeto que é a produção clonal de mudas. Depois dessa fase, o material passa por um período de aclimatização em estufas, que estão em fase final de instalação. Em seguida, é direcionado à produção de plantas matrizes, que serão propagadas para distribuição aos produtores. O prazo pra que isto ocorra com segurança é, na opinião de Souto, uma incógnita. No entanto, ele arrisca prever que até o final do ano que vem, ou meados de 2011, já se tenha material suficiente.

O Presidente do IDR, Sérgio Yamada, é um entusiasta do projeto e disponibilizou o Instituto para o atendimento de demandas do setor. “Temos interesse em atender as necessidades regionais, e queremos contribuir para o desenvolvimento da cadeia da mandioca”, disse ele. O deputado estadual Antonio Teruo Kato frisou que está mantendo contato com o Presidente do Iapar, José Augusto Pichetti, que, conforme ele, deverá visitar Paranavaí na semana que vem, com objetivo de tratar de assuntos ligados à pesquisa da mandioca.

A Secretária Municipal de Agricultura, Eralda Daminelli Garcia, disse que se acontecimentos como este não existirem, Paranavaí vai sofrer no futuro. Segundo ela, os produtores de mandioca estão desanimados não somente com a ocorrência de doenças, como também com os preços do setor. “Se o preço não for bom, a produtividade compensa a perda. Mas com preço ruim e produtividade baixa, o produtor poderá desistir da mandioca, e buscar outra alternativa”, observa.

Participaram, ainda, o Presidente da ABAM e do Cetem, Ivo Pierin Júnior, que agradeceu o empenho de todas as entidades na implementação desse projeto; o Consultor da Regional Noroeste do Sebrae, Lincoln Marcos Valle; o Técnico do IDR, doutor Alexandre Florindo Alves, que falou sobre um outro projeto em andamento: Indicação Geográfica da Farinha de Mandioca na Região do APL (Arranjo Produtivo Local), entre outros profissionais do IDR, Sebrae, Cetem e outras entidades.

Redação