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Corpo adulto, mente nem tanto

O estudo da UEM sobre sexualidade foi feito com estudantes de escolas públicas e privadas, dos matriculados no ensino fundamental ao superior. A pesquisa foi desenvolvida por quatro acadêmicas do curso de Biologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), sob a coordenação da professora Maria de Lourdes Perioto Guhur, do Departamento de Teoria e Prática da Educação – que preferiu não falar sobre o assunto com O Diário.

Mais de 30% das garotas que participaram do levantamento tiveram a primeira menstruação aos 12 anos. Dentro de 50 anos, as adolescentes estarão menstruando assim que completarem 10 anos.

“Por mais que a garota tenha o corpo adultizado, a mente ainda é infantilizada, é por isso que não é possível ter uma vida sexual saudável tão jovem”, conta o médico hebiatra Walter Marcondes Filho, presidente da Associação Brasileira de Adolescência.

A falta de orientação sobre sexo aos jovens é outra lacuna aberta por pais, escola e governo. No consultório do médico Marcondes Filho, as conversas com os adolescentes revelam a falta de conhecimento que eles têm sobre o uso da camisinha e da pílula. “Eu falo com eles todos os dias e eles sempre têm dúvidas.”

Segundo o hebiatra, quando fazem sexo pela primeira vez, os jovens não sabem quais repercussões podem surgir porque não há orientação sexual onde deveria haver, que é dentro de casa. Despreparados e constrangidos, pai e mãe esquivam-se do assunto.

“É assim em todos os níveis socioeconômicos”, diz Marcondes Filho. Vinte e quatro porcento dos adolescentes entrevistados na pesquisa da UEM disseram ter dificuldade de conversar sobre sexo com os pais.

Redação