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Lodo para tijolos de vedação

Outro componente do efluente também pode ser reaproveitado. Além do corante, o lodo formado durante o tratamento do resíduo pode integrar a receita de tijolos de vedação.

A descoberta é da também engenheira química Luciana Cristina Soto Herek, e registrada em sua tese de doutorado, defendida este ano na Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Segundo ela, a indústria têxtil pode ser a maior beneficiada. O motivo é que, hoje, o destino do lodo produzido na região é um aterro industrial em Chapecó, Santa Catarina, cujo transporte pesa no bolso dos empresários.

Luciana considera que o resíduo pode ser doado às cerâmicas, que não pagam para explorar jazidas de barro, mas enfrentam dificuldades impostas pelos órgãos ambientais.

Para que a resistência do tijolo seja alta, Luciana diz que o lodo tem de corresponder a, no máximo, 20% da composição. O restante será de massa cerâmica, uma mistura de barro branco de barranco e barro vermelho.

“A resistência é menor que a do tijolo convencional, mas continua dentro do padrão determinado pelo Inmetro”, explica.

A pesquisadora considera que a descoberta é um estímulo para que as empresas que descartam o lodo no meio ambiente mudem de postura, porque não precisam mais gastar com o transporte até um aterro industrial.

“O lodo contém metais em sua composição, que podem contaminar o lençol freático”, como níquel, alumínio e zinco, nocivos à saúde, alerta a pesquisadora.

Redação