Imprimir

História do CPT vai ao museu

Até o dia 30, os visitantes do Museu da Bacia do Paraná, na Universidade Estadual de Maringá (UEM), vão respirar patriotismo. Pela primeira vez, o Centro Patriótico Tiradentes (CPT) realiza a exposição “A História do CPT em Maringá”, que reúne documentos, reportagens e cartazes do trabalho produzido desde 1987, quando foi fundado.

A data não poderia ser mais oportuna, já que é sob a égide da Semana Cívica Tiradentes que a entidade busca, após um período de inatividade, fomentar o sentimento nacionalista entre os maringaenses.

Andar pelo museu é lembrar de discussões que ganharam o Brasil e Maringá nos últimos anos. O presidente da entidade, o advogado Alberto Abraão, conta que a fundação foi motivada pelo espírito patriótico que caracterizou o período de transição entre ditadura e democracia.

“O CPT participou das Diretas Já e do Fora Collor”, recorda. Depois, debateu a venda da Companhia Vale do Rio Doce, a onda de privatizações e a corrupção.

“A última ação organizada foi em novembro de 1996, com um seminário que discutiu o papel dos partidos políticos, da imprensa e dos cidadãos.”

Hoje as rodas de conversa do CPT costumam ocorrer mensalmente e contam com a participação de toda a diretoria, composta por dez pessoas. No entanto, antes do fechamento das portas da sede e da morte do fundador, o empresário José Pacheco dos Santos, em 2000 e 2002, respectivamente, a entidade chegou a somar aproximadamente cem simpatizantes.

“Queremos resgatar esse movimento de pessoas que existia na década passada”, diz Abraão.


Reforma política

Abrão ressalta que a entidade é suprapartidária. Isto quer dizer que os debates não param em obstáculos ditados pelas ideologias dos partidos políticos. Entre os assuntos mais discutidos hoje, o CPT veste a camiseta da reforma política nacional, a “reforma das reformas”, como diz Abraão.

“Defendemos o voto facultativo e o financiamento público das campanhas”, ressalta, acrescentando que a maneira como as eleições são realizadas é artificial, levando muitas pessoas a votar sem refletir sobre cada candidato.

Abraão comenta que o brasileiro é, sim, patriota, mas não em todas as áreas. Quando o assunto é futebol, novelas e carnaval, as pessoas se unem movidas pela paixão. No entanto, quando o assunto é política, nem todos estão dispostos a participar de um debate.

“O brasileiro, famoso pela alegria e pela sensibilidade que transformam qualquer ambiente, compreende a identidade da nação, mas não é ainda conduzido para ações fundamentais.”



Programa-se

O Museu da Bacia do Paraná é aberto à visitação das 8h  às 11h e das 14h às 17h, com exceção dos fins de semana e feriados.

Thiago Ramari