Ambientes: pequenos, sim, mas bem funcionais

O imóvel dos sonhos nem sempre é construído sob medida e mesmo quando é, a família cresce e as necessidades mudam. Enquanto o leigo olha em volta e só enxerga espaços e paredes, o arquiteto visualiza dimensões matemáticas, e é com base nestes dados que este profissional pode transformar o ambiente.

A professora Tânia Nunes Galvão, do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Maringá (UEM), afirma que as mudanças podem ser apenas de organização dos espaços ou acontecerem de forma mais radical, modificando a vocação do cômodo.

"As grandes intervenções podem reformular o layout do imóvel ... a cozinha pode ocupar a área da sala e a sala de estar se transformar em quarto. O foco é organizar a forma como se usa o imóvel, o projeto em si não tem limitações", diz.

Em outras palavras, se for possível derrubar uma parede, ela vai para o chão. Na mão inversa, pode-se erguer uma divisória ou balcão aonde é necessário criar separações no ambiente. "Nós trabalhamos com layouts, cálculos matemáticos e desenhos de como o ambiente vai ficar, por isso consideramos quanto mede o espaço e cada componente. Se a queixa era de pouca área de circulação e você amplia o espaço, mas preenche com móveis e objetos, o problema continua", acrescenta.

Antes de partir para o ‘quebra-quebra’, pense nas possibilidades. Se a aposentadoria chegou, investir em um espaço para trabalho pode não ser a melhor opção. Neste caso, esta pode ser a hora de transformar o cômodo ocioso em biblioteca, sala de cinema (que você sempre sonhou), em oficina de costura ou até mesmo em duas dessas propostas.

Todo o aproveitamento deve considerar a interação dos moradores com o espaço. Assim, nada impede que o mesmo lugar tenha duas vocações, por exemplo sala de estudos e quarto de hóspedes, home theater e closet, cada projeto, uma ´sentença’. E por que não derrubar a parede de um quarto com pouco uso ou transferir o dormitório para onde está uma obsoleta sala de estar?

Uma última recomendação para quem se propõe a reformar é racionalizar projetos muito mirabolantes ou personalizados ao extremo. Um imóvel exclusivo demais pode ficar pouco funcional, sendo difícil vendê-lo depois.