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UEM para e aprova indicativo de greve

Professores, técnicos administrativos e alunos da Universidade Estadual de Maringá (UEM) paralisaram as atividades nesta quarta-feira, em protesto que pedia, entre outras reivindicações, equiparação salarial dos docentes com a base geral do Estado e a suspensão do corte de 2,7% anunciado pelo governador Beto Richa nas verbas de custeio da instituição.

Os manifestantes temem a "precarização do ensino superior" e consideram possibilidade concreta de greve. O governo sinalizou com uma resolução para alguns problemas.

O Diretório Central dos Estudantes (DCE) estimou que a paralisação, organizada pela Seção Sindical dos Docentes da UEM (Sesduem), atingiu 90% dos alunos. Pelo menos 350 professores participaram da assembleia. Eles aprovaram indicativo de greve, que pode ser deflagrada após reunião no dia 14, quando a entidade mista, o Sindicato dos Trabalhadores dos Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar), fará outra paralisação.

À frente da assembleia, a vice presidente da Sesduem, Marta Belini, lembrou a quem criticou o caráter econômico da reivindicação – a pauta da equiparação salarial entre as categorias, com aumento de pelo menos 31,75% aos docentes – que o acordo com o governo, firmado em novembro de 2011, não foi cumprido. Marta afirmou, no entanto, que a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) se comprometeu a dar um retorno até o dia 20 sobre o tema.

O chefe do departamento de Engenharia Mecânica da UEM, Júlio César de Oliveira, também pediu cuidado com a questão salarial. "Temos que ver se para conceder o aumento o governo não fará cortes em outras verbas. Por exemplo, até gasolina está faltando em muitos setores."

Mesmo assim, quanto ao salário, Oliveira disse que o valor não é atrativo e que a UEM tem perdido professores. "Se um engenheiro recém-formado pode receber R$ 5 mil, até R$ 7 mil, como vamos atraí-los para assumir uma disciplina como professor substituto aqui dentro pagando R$ 1.808? A arrecadação do governo aumenta a cada ano, a UEM não pode receber menos."

A UEM informou que não haverá mais cortes no orçamento das instituições. De acordo com a nota publicada no início da tarde, durante negociação em Curitiba Beto Richa garantiu ao reitor Júlio Santiago Prates Filho "a suplementação do orçamento para o custeio das instituições em 2012 e a continuidade do repasse anual dos recursos financeiros para investimentos nas universidades."

O governador também prometeu que vai manter a reposição de servidores, nos casos de aposentadorias e exonerações; que apontará solução para a contratação de novos técnicos para as universidades; e que apresentará uma proposta de recomposição dos salários.

"Nossa luta fica atrelada ao atendimento das nossas reivindicações salariais", destacou a professora Marta.


PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES

  • Extinção da meta 4: Decreto que prevê que a folha de pagamento das universidades seja encaminhada ao governo do Estado, ferindo a autonomia universitária

  • Plano de Cargos, Carreiras e Salários para professores e técnicos administrativos. Os últimos não têm carreira definida

  • Equiparação da base salarial para docentes, de R$ 1.808 para R$ 2,6 mil, base geral do Estado

  • Fim do corte de verbas de custeio. Pelo segundo ano seguido, a UEM enfrenta corte de gastos das verbas de custeio, utilizadas para a manutenção da instituição

http://maringa.odiario.com/maringa/noticia/550721/uem-para-e-aprova-indicativo-de-greve/