A semana é de paralisações e iminência de greve
na educação paranaense. Amanhã, professores e demais servidores das
instituições de ensino superior estaduais interrompem as atividades e
se reúnem em assembleias para discutir se entram ou não em greve. Na
Universidade Estadual de Maringá (UEM), o indicativo foi aprovado pela
Seção Sindical dos Docentes (Sesduem) em paralisação na semana passada.
Professores universitários pedem, entre outras reivindicações,
equiparação salarial com técnicos administrativos das instituições. Na
semana passada, o governador Beto Richa (PSDB) anunciou a suspensão do
corte de 2,7% nas verbas de custeio da UEM, o que também era exigido
pela classe. A resposta quanto ao salário deve ser apresentada no dia
20. O principal pedido dos técnicos é quanto à estruturação da carreira,
com a elaboração do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS).
"Estamos indo em três ônibus de Maringá para Curitiba. Lá nos
encontraremos com outros representantes e faremos uma mobilização, além
da paralisação que vai acontecer na UEM e nas outras instituições",
destacou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos
de Ensino de Maringá (Sinteemar), Eder Rossato. Cerca de 15 mil alunos
da universidade devem ficar sem aulas.
No mesmo dia,
professores da rede estadual que lecionam para os últimos anos dos
ensinos fundamental, médio e educação profissionalizante organizam
debate com os alunos sobre as condições de trabalho e saúde. Seguindo o
calendário nacional, serão três dias dedicados ao tema. A paralisação
do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Paraná
(APP-Sindicato) está programada para quinta-feira, com passeatas.
Segundo a presidente da seção sindical de Maringá, Vilma Garcia da
Silva, o dia seguinte à paralisação será para refletir de avaliação de
resultados. "Esperamos adesão de, pelo menos, 95% dos professores.
Estamos pedindo o cumprimento do piso nacional e a implantação de um
terço de horas-atividades, que constam na legislação nacional (Lei
Federal n°11.738/2008).
O Estado não poderia ignorar", destacou.
Hoje, o Paraná paga R$ 1.222 para uma jornada de 40 horas semanais
para o início da carreira do magistério. O valor determinado pelo
Ministério da Ediucação é de R$1.451.
Em Maringá, no dia 15, a
partir das 9 horas, os professores se reunirão na Praça Raposo Tavares.
De lá, caminham até o Núcleo Regional de Educação (NRE), na Avenida
Carneiro Leão. Cerca de 40 representantes da região vão para Curitiba
fortalecer o movimento estadual. Lá, esperam ser recebidos pelo
secretário de Estado da Educação, Flávio Arns.
Só na cidade são
mais de 43 mil estudantes na rede estadual. Por isto, Vilma pede
compreensão dos pais pelo dia sem aula. "Estamos fazendo isto por
melhores condições na educação. O atendimento das nossas reivindicações
terão reflexo direto na qualidade do ensino, então pedimos que as
famílias e os alunos nos compreendam".
CALENDÁRIO
14 de março
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Paralisação da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e de outras instituições de ensino superior estaduais; Possibilidade de início de greve
Assembleia geral extraordinária às 15h
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Professores da rede estadual de educação – ensino fundamental e médio da APP-Sindicato debaterão em sala de aula as horas-atividades, saúde do profissional e demais condições de trabalho
15 de março
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Paralisação dos professores da rede estadual de educação - ensino fundamental e médio - da APP Sindicato a partir das 9 horas da manhã - concentração na Praça Raposo Tavares e passeata até o Núcleo Regional de Educação (NRE), na Avenida Carneiro Leão
16 de março
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Professores da rede estadual de educação - ensino fundamental e médio - da APP-Sindicato farão análise da paralisação