Do dia 23 a 25 de setembro do ano passado, o
Acorde Universitário realizava sua 4ª edição na cidade. Com o intuito
de prestigiar músicos locais e incentivá-los, os prêmios em dinheiro
eram de R$ 2.500 e R$ 500 para os primeiros colocados, além de um DVD e
CD do evento para todos os participantes.
Seis meses depois,
os vencedores da edição ainda reclamam o pagamento integral do prêmio.
Até o fechamento desta edição, o valor restante, de R$ 1.500 ainda não
havia sido pago a André D.X., vocalista da banda Anônimos Aduzidos,
primeiro colocado no festival. "Pagaram R$ 1 mil em novembro, mas o
restante ainda não caiu na conta", diz.
João Paulo Santos
André D.X.: ainda não recebeu R$ 1.500 do prêmio do Acorde Universitário, promovido pela UEM
D.X. afirma não se sentir enganado pelos organizadores, mas que está
desconfortável com a situação. "Me sinto prejudicado. Nós íamos gravar o
CD da banda, fechamos nesse valor com a gravadora, e até agora nada". E
o que era um momento de alegria e conquista transformou-se em uma
correria atrás dos responsáveis pelo pagamento.
"Desde o ano
passado, estou indo atrás e um fica repassando o problema para o
outro", conta. Mesmo com o desgaste, D.X. não tira o mérito do festival
em fomentar uma cultura local. "É bom, dá visibilidade para o pessoal,
mas se for continuar com a má organização perde o prestígio", diz.
O vocalista da Anônimos não foi o único prejudicado com os atrasos.
Tijolo, um dos premiados com a música "Samba do Imposto" ainda não sabe
se recebeu o valor de R$ 500.
Ele está em São Paulo há uma
semana e não conseguiu conferir ainda se o dinheiro entrou na conta.
"Mas disseram que iam depositar na semana passada". Sobre o atraso, ele
se mostra também indignado com a situação. "Acho que é falta de
vontade dos organizadores, não tem explicação. Quando se assume um
festival, é preciso ter mais responsabilidade", diz.
Contemplado
Até o momento, Lucas Fiorindo foi o único que recebeu o valor da
premiação, de R$ 500. "Eu tive de ficar insistindo, ligando para o
organizador", conta. No pacote, constava o valor em dinheiro e um
aparelho DVD – este foi entregue no momento em que soube que era um dos
vencedores do Acorde Universitário.
A opinião dos três é
categórica: houve algum imprevisto financeiro para acertar com os
músicos. D.X. aponta como responsável pelo atraso o coordenador do
Departamento de Cultura da UEM (DCU), Enéias Ramos de Oliveira. "Como
alguém organiza uma coisa que não tem dinheiro para pagar?", exalta-se
o vocalista.
De fato, o imprevisto aconteceu. Em reunião com
alguns colocados antes mesmo da realização do Acorde, Oliveira explicou
que haveria um atraso no pagamento. No ano passado houve um corte de
verbas na Universidade, o que, para o coordenador, justifica o atraso
das premiações.
"Houve problemas burocráticos, mas quase todos
foram pagos. Faltavam um ou dois para acertar. Para mim, já estava tudo
certo", disse. "Não foi má vontade. A gente quer resolver isso o mais
cedo possível, mas não depende só de mim".
EM 2011
Abertura das inscrições:
1º de julho
Prorrogação das inscrições:
até 26 de agosto
Divulgação das canções
classificadas:
6 de setembro
Início do Festival:
23 de setembro
Premiação:
25 de setembro
"Eles não tinham a certeza se iam receber ou não, porque foram
avisados do atraso. Não se faz compromisso com algo que você não tem
certeza", defende-se. Oliveira observa que a possibilidade de não ter
verba para a premiação foi divulgada em reunião antes do festival,
durante os ensaios e até no dia da premiação.
"Ninguém quis
desistir, e eles sabiam da possibilidade", aponta. "Eu posso falar que
houve má vontade deles também em entender o problema". A consequência
do desgaste é a incerteza da 5ª edição do Acorde Universitário neste
ano. "Se não tiver a garantia do dinheiro, não haverá Acorde.
Justamente para evitar esse tipo de cobrança", diz Oliveira.
http://www.odiario.com/dmais/noticia/558197/acorde-dissonante/