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Lâmpadas criam polêmica no Hospital Universitário

Desconforto visual e reclamações de vermelhidão, irritação e ardência na pele fazem parte do cotidiano dos funcionários do Hospital Universitário de Maringá (HU) há cerca de 2 anos, desde que o sistema de iluminação foi trocado. Em outubro de 2010, as queixas se transformaram em abaixo-assinado com a participação de mais de 150 servidores e, até hoje, o impasse ainda não foi solucionado.

"As reclamações dos funcionários continuam até hoje", reconhece o superintendente do HU, José Carlos Amador. Apesar de preocupado com o assunto, o superintendente adianta que ainda vai demorar para que o problema seja resolvido. "Gostaria de tomar uma decisão rápida, mas como fazer isso? Acredito que antes de 2 anos não vamos ter uma decisão. Não é simples como trocar um pneu", diz.

João Claudio Fragoso

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Contra Iluminação do HU existe até abaixo-assinado dos funcionários. Situação segue sem resolução

A última decisão tomada por Amador foi encaminhar o relatório de uma comissão de professores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) que, após 1 ano de análises, concluiu que os sintomas relatados pelos servidores do HU têm relação com a iluminação do prédio do HU.

O pesquisador e professor do Departamento de Física da UEM, Mauro Luciano Baesso, que participou da comissão, diz que o grupo levantou uma hipótese, com base em análises científicas, de que os sintomas relatados pelos funcionários foram provocados pelo uso de lâmpadas fluorescentes trifósforo.

Com o uso de um aparelho que mede a frequência das ondas emitidas pelas lâmpadas que emitem luz branca, Baesso concluiu que "as lâmpadas fluorescentes trifósforo emitem doses de radiação em frequências localizadas nas regiões do ultravioleta, azul, verde e, em especial, do vermelho". "Esses picos na região do vermelho seriam a razão da vermelhidão na pele, pois podem provocar excitação de moléculas que compõem o sangue. Nossa recomendação é para evitar o uso e a longa exposição", afirma Baesso.


O professor também alerta que, por essa razão, não é recomendável o uso dessas luminárias sem um elemento difusor a menos de 50 centímetros de distância, a exemplo do que ocorre em mesas de estudo.


Em relação ao desconforto visual, a explicação também está na frequência das ondas das lâmpadas trifósforo, diferente das fluorescentes convencionais e incandescentes. Para resolver o problema, o relatório dos professores indicou que uma alternativa é trocar as lâmpadas trifósforo por fluorescentes comuns e, ao mesmo tempo, instalar elementos difusores para também bloquear a emissão de radiação ultravioleta, que sabidamente é nociva à pele.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar), Éder Rossato, passou o relatório para ser analisado pelo departamento jurídico da entidade. "Estamos preocupados. Até quando os servidores vão ficar expostos a esta situação?"

Funcionários do HU ouvidos pela reportagem de O Diário relataram que algumas lâmpadas do centro cirúrgico foram trocadas e que em outros setores os servidores têm mantido algumas luzes apagadas, por alguns períodos, para amenizar o desconforto visual.


PARA ENTENDER MELHOR
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http://www.odiario.com/zoom/noticia/566754/lampadas-criam-polemica-no-hospital-universitario/