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Diferença de juros praticados pelos bancos requer cautela

A velha máxima que diz que "quem pesquisa, economiza" também se aplica à contratação de empréstimos. Entre bancos, a diferença dos juros praticados pode passar de 7 pontos porcentuais (p.p.) para pessoa física e de 6 p.p. para jurídica. É o que revela um levantamento de O Diário que visa a ajudar os leitores a escolher a menor opção antes de tomar um financiamento.

O levantamento partiu de relatórios publicados pelo Banco Central (BC), que leva em conta as taxas médias praticadas pelas instituições financeiras – desconsiderando taxas especiais concedidas a clientes que possuem bom relacionamento com os bancos. Foi analisada a evolução das taxas praticadas por dez bancos, em nove tipos de crédito.


No crédito para pessoa física, a maior diferença entre as taxas praticadas foi de 7,12 p.p., no cheque especial. De acordo com o relatório de 1º de maio do BC, o banco de crédito da cooperativa Sicoob (Bancoob) apresentava a melhor taxa, de 3,22% ao mês (a.m.). A maiores taxas eram praticadas por Santander e HSBC: 10,34% a.m. e 10,15% a.m.


A tabela com a evolução dos juros também revela que as taxas caíram principalmente no cheque especial. Em um mês, a Caixa Econômica Federal reduziu os juros de 8,04% a.m. para 4,36% a.m.


O gerente regional da Caixa, Hélio Mantovani, explica que o impacto da redução do preço do cheque especial para os clientes é imediato. "Um cliente que estiver utilizando um limite de R$ 2 mil terá uma economia anual, em sua despesa média de juros, de aproximadamente R$ 1 mil", calcula o gerente, referindo-se a nova taxa da Caixa.


No crédito para pessoa jurídica, as empresas que contratarem na modalidade "conta garantida" precisarão de cautela redobrada na hora de fechar negócio com o gerente. Essa modalidade de crédito apresentou uma diferença de 6,75 p.p. entre as instituições pesquisadas. As cooperativas Sicredi e Sicoob apresentavam as menores taxas ao mês - 2,40% e 2,50%. Nessa modalidade, três instituições apresentaram taxas acima de 7% a.m.


Impacto na economia

Na avaliação do professor do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Joilson Dias, os juros tendem a baixar ainda mais nos próximos meses, fato que impulsionará as vendas no crediário. "Juros menores resultam em menor inadimplência, o que é muito bom para a economia. Mas os resultados dessas medidas [redução dos juros] devem ser notados entre 3 e 6 meses. Nada de imediato", diz.

A redução dos juros, diz Mantovani, proporcionará o aumento do crédito e, indiretamente, a manutenção dos níveis de produção, emprego e renda. "Nossa expectativa é de um aumento significativo no volume de negócios", diz o gerente da Caixa. "Desde o início do programa Caixa Melhor Crédito (que segue a política de redução de juros do governo federal), houve um crescimento de 386% nas contratações de pessoa jurídica na região", informa Mantovani.

Diante das taxas reduzidas, convidativas para o endividamento, o presidente do Sicredi União, Wellington Ferreira, sugere cautela para quem está decidido a tomar dinheiro emprestado. A menor taxa, diz ele, pode não ser a melhor oferta.

"A pessoa que for contratar um financiamento não deve verificar somente a taxa de juros, mas também outros benefícios que podem ser praticados em conjunto com o financiamento", diz Ferreira. "O importante é não fazer nada no impulso", recomenta.

Bom relacionamento

Outro fator a ser considerado na hora de tomar dinheiro emprestado, explica Mantovani, são as condições especiais oferecidas a clientes que possuem bom relacionamento com o banco. No cheque especial, a taxa de 4,36% a.m. da Caixa cai para 3,5% a.m. para clientes com crédito salário. "Mas é possível baixar para até 1,35% ao mês, dependendo do relacionamento do cliente com o banco", explica o gerente.

As demais instituições financeiras também trabalham com a política de taxas diferenciadas para bons clientes. Exemplo disso foi o anúncio feito pelo Banco do Brasil na sexta-feira passada: a taxa acima de 8% a.m.
praticada no cheque especial caiu para 3,94% para todos os clientes com conta salário no banco.

Na leitura dos especialistas em crédito, este é um bom momento para cotar o refinanciamento do empréstimo para quitar dívidas anteriores.


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  http://www.odiario.com/cidades/noticia/566927/juros-cobrados-pelos-bancos-variam-ate-7-pontos-percentuais/