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Manifestações populares resultam na criação de Observatórios Sociais

Os movimentos populares para pressionar os vereadores a não votarem pelo aumento de cadeiras nas câmaras municipais motivaram a criação, em vários municípios da região de Maringá, de organismos independentes para a fiscalização dos poderes Executivo e Legislativo, especialmente no que se refere à gestão de recursos públicos.

Aquivo/DNP

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Denisa: cidades só têm a ganhar

O modelo escolhido foi o do Observatório Social de Maringá (OSM), pioneiro no Brasil e que foi copiado em vários Estados e até outros países.

Um dos municípios da região adotarem o modelo foi Sarandi. Segundo o presidente da Associação Comercial de Sarandi, Orfeu Casagrande, a ideia de criação de uma instituição que permita à população fiscalizar os poderes constituídos surge sempre que a sociedade discorda da forma como estão sendo aplicados os recursos públicos - e em Sarandi tornou-se cena comum o povo ir às ruas para protestar.

"Os protestos acontecem, mas a sociedade não tem acesso às formas como está sendo usado nosso dinheiro", avalia Casagrande. "Mas com o Observatório Social será possível fazer um acompanhamento verdadeiro e aí sim sabermos se a gestão está ou não correta".

Casagrande conta que entidades de Sarandi já discutiam a possibilidade de criar um Observatório, mas a ideia tomou corpo durante os manifestos contrários ao aumento do número de cadeiras na Câmara.

Para o presidente da Associação Comercial e idealizador do Observatório, já existe uma união das entidades, principalmente igrejas, associações de moradores e sindicatos.Segundo ele, logo no início do segundo semestre Sarandi terá seu Observatório Social.


Outras cidades

Em Cianorte, a ideia de criação do Observatório chegou com a professora Kerla Matiello, do campus local da Universidade Estadual de Maringá. Ela integrou a Sociedade Eticamente Responsável de Maringá e participou da criação do Observatório Social pioneiro no Brasil.

Nos últimos dias foram instalados Observatórios em Campo Mourão e Paranavaí e a tendência é ainda neste ano serem criados também em Mandaguari, Marialva e Astorga. Em Mandaguari, inclusive, já existe a Associação de Amigos de Mandaguari (Adama), que tem feito um papel semelhante ao do Observatório de Maringá, mas a preocupação agora é em criar uma entidade sem interferência política.

"É uma ideia muito bem vinda e os moradores destas cidades só terão a ganhar, assim como aconteceu em Maringá", diz a presidente do Observatório Social de Maringá, a contadora e professora universitária Denisa Borcato.

DE OLHO


R$ 12 milhões foi o
volume economizado
pelo município de
Maringá no primeiro
ano de funcionamento
do Observatório Social

Ela assumiu a instituição no início do mês, substituindo o professor Carlos Anselmo, e diz que gente de vários municípios procura o OSM para entender como é o funcionamento, as atribuições e até a composição de um Observatório Social. Segundo ela, nos demais municípios a instituição será diferente, já que a de Maringá é um braço da Sociedade Eticamente Responsável, que não similares na região.

"Essa uma forma de a sociedade acompanhar o que é feito com o dinheiro público, mas para que um Observatório atinja os objetivos é preciso que os integrantes sejam bem intencionados, não misturem interesses próprios".
Segundo Denisa, as pessoas que estão criando observatórios na região devem estar atentas para que não haja qualquer interferência de políticos ou partidos.

http://maringa.odiario.com/parana/noticia/568495/manifestacoes-populares-resultam-na-criacao-de-observatorios-sociais/