Além da leitura do vestibular

Jovens que moram no Jardim Alvorada e que prestarão o próximo vestibular da Universidade Estadual de Maringá (UEM) têm a oportunidade de conhecer melhor as obras que poderão ser requisitadas na prova de Literatura.

Durante todo o mês de junho, uma vez por semana um professor convidado ou um estagiário da Biblioteca Pública Municipal do Jardim Alvorada (aluno do curso de Letras) dão uma aula comentando determinada obra literária. É o projeto "Obras do Vestibular – Além da Leitura".

A bibliotecária responsável pela Biblioteca do Alvorada, Cirlei Ganeo, comenta que o projeto foi proposto após a equipe de funcionários perceber que estava sendo grande a procura das obras literárias recomendadas para o vestibular da UEM. "A lista de espera dos livros pedidos no vestibular aqui da cidade estava grande e vimos que não daria tempo de todos lerem até a data das provas.

Por isso, após interesse de alguns estagiários de Letras em comentarem as obras para os jovens e ainda o convite aceito por dois professores que toparam colaborar com o projeto, iniciamos as palestras".

Ontem foi a vez do professor Fabiano Fontes tecer comentários acerca da obra "O Calor das Coisas", de Nélida Piñon. Na programação, a partir das 14h dos dias 22 e 29 de junho, ainda será comentada na biblioteca do Jardim Alvorada a obra "Melhores Poemas", de Manuel Bandeira, e também haverá uma aula cuja temática serão os gêneros textuais.

Dayele Cruz da Silva, 16, estudante do 3º ano do Ensino Médio, diz passar praticamente todos os dias na biblioteca do Alvorada. Ela participou de todos os encontros do projeto e espera conhecer melhor as obras para conquistar uma boa nota na prova de Literatura. Vai tentar entrar no curso de Medicina da UEM, o mais concorrido. Entre uma apostila e outra de Biologia e Matemática, reserva um tempo para a leitura.

Quando a reportagem do Diário conversou com Dayele, a estudante estava quase terminado "Dois Irmãos", de Milton Hatoum, livro emprestado da biblioteca. "Os livros requisitados não são tão fáceis de ler. O livro que estou lendo tem uma linguagem contemporânea, meio difícil", comenta.

A bibliotecária Cirlei diz que cada encontro reúne mais de 20 jovens na biblioteca. O projeto, diz ela, tem estimulado a frequência no local de um público que nos últimos anos anda meio sumido da biblioteca.

Para continuar com o projeto e quem sabe aumentá-lo, Cirlei faz um convite aos professores de Literatura de Maringá que estejam interessados em colaborar. "Para este projeto inicial, fizemos convite para um monte de professores. Só dois aceitaram participar", lamenta.

http://www.odiario.com/dmais/noticia/576302/alem-da-leitura-do-vestibular/