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Servidores da UEM fazem protesto com paralisação

Docentes e técnicos administrativos da Universidade Estadual de Maringá (Uem) fizeram uma paralisação, ontem, para reivindicar do governo do Estado um desfecho para as negociações do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS).
Cerca de 500 servidores participaram da assembleia, no Restaurante Universitário (RU), que culminou numa passeata pela Avenida Colombo e arredores da instituição de ensino. Houve adesão de 95% do campus de Maringá, além de 80% em Goioerê e 90% em Umuarama, segundo os organizadores da manifestação.

Os professores exigem que o PCCS acordado no início do ano entre em vigor. Já os servidores querem uma definição quanto a criação do plano de carreiras que já foi discutido para a categoria. Caso não haja acordo com o governo na próxima sexta-feira, eles prometem entrar em greve por tempo indeterminado.

Douglas Marçal


Servidores, ontem, no câmpus da UEM em Maringá: atividades paralisadas por um dia

Para Éder Adão Rossato, presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar), a paralisação foi a única maneira para demonstrar a indignação com o governo do Estado "que não cumpriu o compromisso assumido".

"Foi feito um projeto para reestrutura o PCCS dos docentes. Depois das negociações, nós aceitamos aquilo que ele propôs. Ficou acertado de transformar nosso pedido em lei em abril, mas até agora nada."

O Sinteemar reclama da falta de compromisso do governo. Uma reunião foi agendada para o dia 22 de maio, mas acabou adiada para o 5 de junho. O encontro foi cancelado novamente, o que gerou indignação e terminou em um indicativo de greve aprovado durante a assembleia de ontem.

"Vejo com um certo ceticismo o comportamento do nosso governo, que está postergando as reuniões. Nós paralisamos para demonstrar essa indignação com quem não cumpre aquilo que promete", disparou.

Outro motivo da indignação dos trabalhadores é quanto a falta de um posicionamento quanto à criação do PCCS para analistas e técnico-administrativos. De acordo com o servidor Ricardo Giovanini, que trabalha há 11 anos na UEM, as discussões para tentar aprovar o PCCS duram mais de 1 ano, mas ainda não há um parecer concreto do governo.

Ele explica que os principais problemas são a indefinição de normas para horas extras e falta de servidores. Isso contrasta com a ampliação de vagas em cursos ou até mesmo a criação de programas de mestrado na UEM. Outro setor afetado pela falta de programa de horas extras é o Restaurante Universitário, que não abre mais aos sábados.

INDIGNAÇÃO


“Nós paralisamos para
demonstrar essa
indignação com quem
não cumpre aquilo que
promete”

Éder Adão Rossato
Presidente
do Sinteemar

"Esse déficit influi de forma negativa na qualidade do ensino. Não é só pelo salário dos servidores que estamos protestando, mas por um conjunto de fatores", argumenta.

A estudante de Ciências Sociais, Mônica de Almeida, diz estar atenta às greves nas universidades federais, que poderiam refletir de forma direta em outras instituições. "Nas estaduais, a dificuldade é a mesma. Muitas universidades estão investindo em expansão sem planejamento. Tudo isso repercute de forma negativa na qualidade do ensino", comenta.

Sobre a estrutura sucateada, Mônica cita exemplos da própria UEM. "A falta de professores no início dos períodos letivos é constante. Nesse ano mesmo, faltava gasolina para os vigilantes trabalharem. E ainda teve problema na construção de um bloco novo no departamento de Agronomia por falta de planejamento.

http://www.odiario.com/cidades/noticia/576683/servidores-da-uem-ameacam-entrar-em-greve-na-sexta-feira/