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Comércio ilegal segue nas ruas do centro

A venda de CDs e DVDs falsificados, eletrônicos, roupas e utensílios domésticos segue firme na Avenida Brasil, no centro de Maringá, mesmo após reportagem publicada ontem por O Diário. O jornal mostrou que a área central da cidade está repleta de vendedores informais.

A equipe de O Diário voltou ontem à região que concentra parte dos ambulantes e observou o mesmo movimento do dia anterior. Ao avistar o carro da reportagem, uma espécie de "olheiro" avisou os camelôs da presença de "perigo". Rapidamente, eles recolheram os produtos e saíram correndo no meio dos pedestres.

Segundo o aspirante oficial da Polícia Militar (PM) Lucas Eduardo Nicola, a corporação atua apenas "em questões de crime de pirataria". Ele informou que o Código Penal (Artigo 184, parágrafo primeiro) proíbe a comercialização de material reproduzido sem a autorização do proprietário.

Ricardo Lopes


Camelôs no centro de Maringá; olheiros alertam sobre "perigos"

A pena prevista é de 2 a 4 anos de detenção. "Quando nossa patrulha se depara com situações deste tipo, é feita a prisão do indivíduo em flagrante. O material é apreendido e levado para a delegacia."

O contrabando, por outro lado, é um crime de combate mais complexo. Nicola afirma que a maior dificuldade é configurar o crime. "Você consegue no máximo enquadrar o vendedor por receptação, por vender algo que possa ser oriundo de crime. É mais fácil combater o contrabando em uma abordagem em rodovias, com grandes quantidades."

A fiscalização sobre a venda de brinquedos, roupas e utensílios domésticos é de responsabilidade da prefeitura, que eventualmente pode solicitar apoio da PM para as operações de combate à sonegação.


Formalização

A lei dos Microempreendedores Individuais (MEI) é uma opção de formalização para os ambulantes que trabalham com mercadorias legais. De acordo com o docente do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) Marcelo Farid, é importante que qualquer tipo de atividade comercial esteja legalizada.

Farid explica que essa é a melhor alternativa para o governo conhecer o mercado para tomar providências que contribuam para o setor. "Isso favorece na hora de criar políticas de desenvolvimento, como a inclusão social e até empresarial. Não dá para ajudar quem não existe formalmente", argumenta.

Farid afirma que a formalização pode parecer mais cara, mas traz segurança para empresário e consumidor. Entre as vantagens ele cita o crédito facilitado e acesso aos sistemas previdenciário e de saúde.

http://www.odiario.com/cidades/noticia/576692/comercio-ilegal-segue-nas-ruas-do-centro/