Estudantes de ensino fundamental e médio da rede pública de Maringá em condições de vulnerabilidade social encontram na Associação de Proteção à Maternidade, à Infância e à Família de Maringá (APMIF) apoio pedagógico e psicológico até o término do ensino superior. O auxílio é oferecido por meio do Programa Bom Aluno, desenvolvido há 8 anos pela entidade e que atende crianças a partir de 10 anos.
Atualmente estão cadastrados 70 alunos; 31 conquistaram uma vaga na Universidade Estadual de Maringá (UEM). "Isso se deve ao reforço que recebem e ao apoio psicopedagógico.
João Cláudio Fragoso
Alunos em atividades de contraturno escolar na APMIF; apoio importante para o ingresso na universidade
Se não tivessem frequentado o programa, não teriam acesso a toda a orientação profissional e aulas extras", diz a presidente da APMIF, Miriam do Rocio Ratmann Arruda. Segundo ela, o objetivo é aprimorar a socialização dos alunos, intensificar os estudos, atender à formação técnico-profissional dos estudantes e prevenir a marginalidade.
Até a 7ª série, os alunos participam de aulas no contraturno escolar e recebem ajuda financeira para estudar. "Oferecemos alimentação, vale-transporte (em parceria com a empresa de transporte coletivo), uniforme, material didático e pedagógico, além de aulas extras, que incluem desenvolvimento pessoal, hábito de estudo, orientação profissional, acompanhamento acadêmico, inglês e informática", diz.
A partir da 8ª série, os estudantes recebem bolsas em escolas particulares, com o objetivo de aumentar a chance de aprovação no vestibular. "Nós conseguimos bolsa e a escola não cobra anuidade. Fornecemos os materiais, uniforme e alimentação, além das aulas extras."
APMIF
Associação de Proteção à
Maternidade, à Infância e à
Família
Rua Itapura, 581.
(44) 3222-7015
Quando entram para a universidade, o auxílio se torna mais restrito, mas mesmo assim é mantido, segundo Miriam. Ela explica que os universitários contam com auxílio para compra de material didático e pedagógico, além de vale-transporte.
"Ajudamos no pagamento de cópias e livros, e eles podem vir fazer trabalhos no laboratório de informática, participar dos nossos eventos e pedir orientações. Também são realizadas reuniões bimestrais."
Ela acrescenta que, paralelamente, é feito um trabalho com os pais,
com reuniões e participações nos eventos da entidade, para que eles
estejam cada vez mais integrados à situação dos filhos.
Seleção
Uma vez por ano, a equipe da APMIF envia fichas para as escolas, que
selecionam os alunos que preencham os seguintes requisitos: nota mínima
de 70; boa frequência, bom comportamento e família em situação de
vulnerabilidade social.
Depois que a equipe do programa recebe as fichas, é marcado um teste de conhecimento com todos os alunos, uma dinâmica de grupo, entrevista com os alunos e com os pais.
A última fase é a visita domiciliar, com o objetivo de verificar as condições financeiras do aluno interessado. Miriam adianta que, a partir de outubro, os alunos terão a opção de ir até a APMIF para se inscrever no programa.
Mas para que a participação seja aprovada, a equipe entrará em
contato com a escola em que o interessado estuda para verificar se ele
atende ao perfil exigido.
Ajuda
A
associação se mantém com a ajuda de mantenedores que contribuem com uma
porcentagem do imposto de renda, além de doações esporádicas.
"Emitimos boleto para quem quiser fazer doações, em qualquer valor.
Também fornecemos o boleto do Fundo da Infância e Adolescência (FIA),
que abate 6% do imposto de renda", diz Mirian. Ela reforça que a
entidade necessita de doação em dinheiro, prestação de serviços ou bens
materiais.
Reconhecimento
Grazielli
Rodrigues Carobeli, 17 anos, está cursando o 1° ano do curso de Direito
na UEM, e atribui a conquista à participação no Programa Bom Aluno.
"Foi fundamental, porque o programa permite a entrada em uma escola
particular, que aumenta a chance de aprovação no vestibular" explica.
Ela participa do programa desde 2006, quando conheceu o projeto na escola municipal em que estudava. "No começo, eu tinha aula no contraturno, e depois o estudo era mais focado para o vestibular.
Quando cheguei no ensino médio, tinha aula de redação e orientação vocacional".
http://www.odiario.com/cidades/noticia/581699/apmif-oferece-apoio-do-ensino-medio-ao-superior/