Representantes da Sociedade Médica, do Conselho Regional de Medicina, do Sindicato dos Médicos e acadêmicos da Universidade Estadual de Maringá, da Unicesumar e da Faculdade Ingá realizaram um protesto, na manhã deste sábado (25), no Centro da cidade. Depois da concentração no Estádio Willie Davids, eles promoveram uma passeata, distribuíram panfletos e colheram assinaturas para um abaixo-assinado.
O movimento "Revalida, sim" crítica o anúncio do governo brasileiro, que pretende importar médicos, sem a exigência da revalidação do diploma obtido no exterior, como prevê a legislação em vigor. "É uma agressividade à sociedade brasileira, permitir o ingresso de médicos estrangeiros, no cenário nacional, sem testar a formação acadêmica deles. Estamos aqui em defesa da qualidade do serviço", afirmou o presidente da Sociedade Médica de Maringá, Kemel Jorge Chammas.
João Cláudio Fragoso
"Revalida, sim" protesta contra importar profissionais, sem o cumprimento da legislação em vigor
"Estamos indignados com a atitude do governo. A decisão representa riscos para a população, pois não sabemos qual é o nível de formação destes médicos", considerou o médico e professor da UEM, Marco Antônio Rocha Loures. Eles calculam que, atualmente, dentro do quadro de profissionais estrangeiros, que realizam as provas de revalidação do diploma, apenas 10% conseguem a aprovação para trabalhar legalmente no País.
Na avaliação do estudante de Medicina da Faculdade Ingá, Dereck Molina, a falta de interesse dos novos profissionais em trabalhar nas cidades do interior é resultado da falta de estrutura e das condições de trabalho fornecidas pelo poder público. "Falta investimento no interior, onde não encontramos estrutura para praticar a Medicina", destacou.
Molina apontou que a importação de médicos de países, como Cuba, poderá até mascarar a falta de médicos em pequenas cidades do interior, mas não vai garantir melhorias na qualidade do atendimento à população. "Não vão resolver o problema mais grave, que é a falta de estrutura par atrabalhar", ressaltou.
"Consta em nosso Código de Ética e é a responsabilidade civil do médico atender aos pacientes, independentemente, dos meios disponíveis para a atuação. Aceitar trabalhar em um local sem as condições ideais para o exercício da profissão, é assumir risco pela vida dos pacientes", alertou o estudante da UEM, Eigi Wilton de Souza. Em Maringá, cerca de 150 manifestantes participaram do protesto, realizado em diversas cidades brasileiras neste sábado pela manhã.
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