O Núcleo de Estudos e Pesquisas em Diversidade Sexual (Nudisex), vinculado ao Departamento de Teoria e Prática da Educação da Universidade Estadual de Maringá (UEM), venceu o Prêmio "Educando para o Respeito à Diversidade Sexual Edição 2013", com um vídeo sobre a vida acadêmica da primeira aluna travesti da UEM, Dani Oliveira, 21 anos, integrante do grupo. Dani é aluna do curso de Pedagogia.
A cerimônia será realizada no dia 5 de julho, na Universidade Federal do Paraná (UFPR). A professora Eliane Maio, coordenadora do núcleo, estará presente para receber um troféu e um certificado.
O Prêmio tem a finalidade de reconhecer, valorizar e incentivar a promoção do respeito à diversidade sexual no ambiente educacional no Brasil. Foi idealizado pela Galé – Aliança Global para Educação LGBT, comunidade internacional de aprendizagem para educadores.
A edição deste ano foi organizada e realizada pelo Instituto Brasil de Diversidade Sexual, em parceria com o Centro Paranaense de Cidadania e Grupo Dignidade, com onze categorias.
Quem é Dani Oliveira
Natural de Santa Inês (PR), de origem humilde e pai desconhecido, Daniele começou a se interessar por meninos na 5ª série. Ao ler um diário, a mãe descobriu a opção sexual da filha. "Apanhei muito, porque ela achava que eu estava doente".
Foi aos 15 anos, quando Daniele começou a trabalhar como doméstica e babá, que passou a conquistar a confiança da mãe. Atualmente, a jovem trabalha como diarista. O primeiro passo para deixar para trás a vida como homem foi deixar o cabelo crescer quando tinha 16 anos. "Depois comecei a usar roupas femininas. Mas fiz tudo devagar, para impor respeito aos poucos."
A estudante chama atenção pela preocupação que demonstra em não ofender ninguém pela escolha que fez. É por esse motivo que ela acredita não ser bem aceita entre os travestis. "Muitos acham que eu sou metida pelo meu jeito discreto. Tenho amigos gays, mas a maioria de amigas é da faculdade".
Certa do que sente e das escolhas que faz, Daniele começa aos poucos a concretizar sonhos. Entrou na UEM através do Processo de Avaliação Seriada (PAS) e veio para Maringá para estudar. "Quero ser professora ou trabalhar em administração de escolas", afirma.