No modelo comercial denominado como pirâmide financeira, o interessado deposita um valor para fazer parte do sistema, ao passo em que é recompensado, na medida em que convence outras pessoa a também aderirem ao processo. Cria-se então uma rede em forma de pirâmide na qual os que estão no topo recebem bonificações referentes às adesões dos demais.
Segundo o professor de Economia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Neio Lúcio Peres Gualda, o problema ocorre quando não há mais pessoas dispostas a fazer parte da rede e os que compõem a base da pirâmide não conseguem recrutar novos membros e, consequentemente, não obtêm sequer o retorno do valor financeiro investido. "A pirâmide se caracteriza como um processo de transferência de renda feita de um grande grupo de pessoas para um grupo muito pequeno. A riqueza só é criada no seio da produção por meio do trabalho. Na pirâmide não há um processo de geração de riqueza, por isso ela não é sustentável."
De acordo com Gualda, para convencer as pessoas a participarem do esquema de pirâmide, aqueles que estão no topo apostam na ostentação da riqueza que possuem. "A regra é mostrar que desfrutam de uma grande qualidade de vida, mostrando que tem bens valiosos, como carros esportivos."
O docente da UEM destaca que é preciso diferenciar a pirâmide financeira do marketing de rede. No último caso, esclarece ele, o objetivo não é transferir renda, mas, comercializar e/ou distribuir produtos. "As redes são curtas e formadas por poucos contatos entre os quais estão familiares e amigos, por exemplo. Também não há a concentração de riqueza para poucos."
Outro aspecto a ser considerado, acrescenta, é que diferentemente da pirâmide nem todos ingressam na rede para serem novos distribuidores, mas para o consumo.
http://www.odiario.com/zoom/noticia/756289/piramide-e-insustentavel/