Imprimir

Professor da UEM, Weslei Candido lança livro de poesia em Maringá

O universo acadêmico bloqueou Weslei Candido, 35, por quase uma década. Durante todo esse tempo, ele concentrou suas energias na produção de textos teóricos, o que acabou sufocando sua verve poética. "Não tem jeito: a teoria mata mesmo a inspiração", reflete Weslei.

Notícias Relacionadas

    • 11/11/2014 14:28:56
    • Poeta Adalberto de Oliveira mostra suas pinceladas
    • 23/10/2014 14:34:00
    • Palestra de Milton Hatoum muda de lugar; saiba onde
    • 16/05/2011 17:06:00
    • "O desejo de escrever é uma comoção", diz Milton Hatoum
Consciente de seu assassinato literário, de uns anos pra cá ele passou a escrever com garra e dedicação, num ritmo surpreendente: um poema por dia.

Nesta quarta-feira (12), Weslei mostra o resultado de sua primeira compilação de seus poemas diários, com o livro "A Memória das Palavras" (Editora Multifoco). Alguns dos 112 poemas da obra foram publicados originalmente em seu blog (Protocolo de Leitura) e retirados do site, há alguns dias, à pedido da editora.

Com o livro, que será vendido a R$ 20 - um preço bem em conta, comparado aos outros lançamentos da Multifoco -, ele diz que não espera um retorno financeiro. "Não quero ganhar dinheiro. Quero que meu livro seja lido, que ele inspire as pessoas", comenta.

Nascido em Palmital (SP), Weslei veio para Maringá há dois anos para ministrar aulas no curso de Letras da UEM. Leitor de Murilo Mendes, Guilherme de Almeida, García Lorca e Borges, ele faz da memória um de seus temas principais e sempre hesita em escrever poemas sobre o amor. "Há um risco muito grande de soar brega e cafona", diz.

Garantido ter quase duzentos poemas inéditos, Weslei planeja o lançamento de mais duas obras. O que ele não fará, de jeito algum, é tentar a sorte nalgum concurso de poesia.

"Desisti desses concursos. Nunca se sabe como os jurados avaliam os livros. Para piorar, uma vez ganhei um desses concursos e tive meu poema inserido numa antologia. Quando editaram o livro, meu poema surgiu todo modificado", reclama.

 

Divulgação

Weslei Candido, que não escreve poemas de amor: "Há um risco muito grande de soar brega e cafona", explica

 

Tentar emplacar os versos numa grande editora também não é o foco dele, pelo menos por enquanto. "Nem tentei contato com as grandes editoras. Alguns amigos já tentaram enviar seus originais e nunca houve retorno ", diz.

Agenda cheia

Enquanto vem escrevendo um poema por dia, Weslei arranja tempo para finalizar a tradução do livro "O Sangue Florescido", da escritora paraguaia Susy Delgado. Ele pretende entregar o material ainda em novembro para a uma editora do Paraguai. "Publicar a minha tradução em português, no próprio Paraguai, vai fazer com que o livro venha para o Brasil", observa.

Para o próximo ano, ele também deve lançar sua tese de Doutorado pela editora da UEM (Eduem), "José de Alencar: sou americano para o que der e vier", que compara o autor de "Senhora" a alguns escritores argentinos do século 19.

WESLEI CANDIDO
Quando quarta-feira (12), às 19h
Onde UEM, auditório de Letras, bloco G34