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Desistência é a maior em 5 anos

Quase 20% dos inscritos já foram eliminados
Provas de português tiveram problemas de formatação

Nos dois primeiros dias de vestibular de verão da Universidade Estadual de Maringá (UEM) o índice de desistência é o mais alto dos últimos cinco anos: 19,49%. O porcentual deve aumentar hoje, o último dia de provas. O presidente da Comissão Central de Vestibular Unificado (CVU) da UEM, Emerson Arnaut de Toledo, considera que, em um vestibular, apenas os candidatos mais empenhados em serem aprovados permanecem.

O alto índice de ausência, segundo ele, deve-se ao fato de que nesta época há muitos vestibulares, não só na rede pública. "Outro ponto é que o vestibular da UEM é considerado difícil e isso acaba influenciando também", observa. O percentual de ausência neste ano só se aproxima – até agora – do registrado em 2012, quando alcançou 19,43% no total.

Reclamação
Erros de formatação na prova de português estão sendo analisados pela CVU. Os enunciados das questões, que pertencem ao gabarito 4, não correspondiam ao número de linhas do texto analisado. "Estamos avaliando o problema para depois decidirmos", diz Toledo sem fixar um prazo para emitir uma decisão .

A CVU não informa quantas questões teriam problemas, mas a estudante Anny, de 16 anos, que presta vestibular para zootecnia, diz que são sete, "Me senti prejudicada com o erro da prova de hoje (ontem). Só avisaram quando já tinha fechado o gabarito", reclama. Outro candidato, que faz provas para engenharia mecânica, diz que só comunicaram o erro quando faltava meia hora para acabar a prova. "Além de tirar a concentração, tive que refazer a análise de texto. Foi perda de tempo."

Toledo garante que todos erros foram comunicados antes da entrega do gabarito de respostas. Os dois candidatos dizem que enviaram e-mail para a CVU procurando informações sobre o assunto, mas não formalizaram um recurso pedindo o cancelamento das questões. Toledo diz que o ingresso de recursos está previsto na página 21 do Manual do Candidato. Ele explica que o prazo para recorrer vai até as 15 horas do dia 10 e deve ser feito pessoalmente no Protocolo Geral, Bloco 1 da universidade.

ANIMAIS NA REDAÇÃO
As pesquisas científicas com animais foram o tema da redação do vestibular da UEM. Os vestibulandos tiveram de produzir dois gêneros textuais – um argumentativo e outro em forma de notícia – sobre o assunto. A produção argumentativa pedia que o candidato se posicionasse contra ou a favor de experimentos científicos com animais. No gênero de notícia, a exigência era de que ele escrevesse um texto informativo sobre a descoberta da cura de uma doença por um pesquisador, com ou sem testes em animais. Cezar Camargo, 22 anos, que tenta vaga em Psicologia, opinou a favor. "Nós ainda não temos métodos mais avançados de pesquisa", diz. É a segunda vez que ele presta vestibular na UEM. A primeira foi em julho para Biomedicina.

Letícia Belvis, 23, quer estudar Tecnologia em Biotecnologia e, na redação, se posicionou contra testes em animais. "Eles não têm como se defender", justifica. Giovana Fidélis, 16, se inscreveu para Psicologia e afirmou que as provas do vestibular são mais fáceis."A prova do PAS é extensa e cansativa, além de não poder zerar em nada senão é desclassificado."
/// Carla Guedes

Texto de O Diário é usado como apoio
Uma reportagem de O Diário esteve entre os quatro textos de apoio para que os alunos redigissem dois gêneros textuais na redação. A matéria selecionada e publicada na íntegra foi "Sociedade Protetora critica uso de animais em pesquisas científicas", de autoria do repórter Thiago Ramari, publicada em 24 de setembro de 2008. Além da reportagem de O Diário, serviram como base para os vestibulandos, os seguintes textos publicados no Jornal do Campus da Universidade de São Paulo (USP), no Portal dos Fármacos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); e "Métodos alternativos disponíveis", publicado pelo jornal O Globo. /// Carla Guedes

 

http://digital.odiario.com/cidades/noticia/1242511/vestibular-tem-maior-desistencia-em-5-anos/