O vestibular de inverno da Universidade Estadual de Maringá (UEM), deste ano, será o menos concorrido em uma década. O vestibular teve 24,1 mil candidatos interessados, mas 17.505 pagaram a inscrição e poderão fazer as provas. O total de inscritos neste concurso é o mais baixo desde 2006 e 6,8% menor que o de 2015.
O número de candidatos vem em queda desde 2012 – ano que teve 24,6 mil inscrições, um recorde. No concurso deste anos, na comparação com o realizado em 2015, são 1.288 concorrentes a menos.
Presidente da Comissão do Vestibular Unificado (CVU), Maria Raquel Marçal Natali argumenta que um conjunto de mudanças pode ser a explicação para essa baixa. "Temos mais universidades estaduais, mais faculdades privadas com financiamento, também mais cursos a distância que, em conjunto, acabam levando a uma redução. Entendo que é algo positivo porque as pessoas passam a ter muitas opções e essa redução (de inscritos) acaba sendo previsível."
Outro fator que pode ter impactado, mas em menor escala, é a alta de 23% na taxa de inscrição – de R$ 110 para R$ 136. Segundo ela, o valor ficou congelado por três anos. "A nova taxa e o momento da economia podem ter tido alguma repercussão", acredita.
O curso de Medicina é o mais disputado com 307,3 candidatos por vaga, seguido por Arquitetura e Urbanismo e Odontologia. Os três também são os mais concorridos no sistema de cotas sociais. Dos 17,5 mil inscritos no vestibular, 2.739 vão disputar vagas como cotistas.
A UEM reservou 282 vagas para os cotistas, de um total de 1.470 ofertadas em 69 cursos de graduação.
As provas serão aplicadas entre os dias 17 e 19 de julho em Maringá, Apucarana, Campo Mourão, Cianorte, Cidade Gaúcha, Goioerê, Ivaiporã, Paranavaí e Umuarama. A partir do dia 17 de junho, os candidatos poderão consultar os locais de prova.
O último vestibular de inverno da UEM, realizado ano passado, teve o maior índice de ausentes desde 2010.
O concurso, agendado para julho, teve de ser adiado para setembro em razão da greve dos servidores. E foi justamente a realização das provas em um período atípico que fez com que 21,32% dos candidatos não comparecessem no exame.
Na época, a CVU atribuiu as faltas também à coincidência da data das provas com os dias letivos porque boa parte dos candidatos se inscreve na condição de treineiro.
A greve também adiou em dois meses a aplicação das provas do vestibular de verão. Como consequência da remarcação, o índice de faltas foi recorde: 30,33%. O exame, que tradicionalmente é realizado em dezembro, foi feito em fevereiro deste ano. Com o novo calendário, a UEM se tornou a última instituição a fazer o vestibular e, assim, os aprovados em outros concursos deixaram de fazer as provas daqui.
CURSOS COM BAIXA PROCURA
Dois cursos não tiveram inscritos no vestibular de inverno da Universidade Estadual de Maringá (UEM), programado para ocorrer em julho. Estatística e Letras Português/Francês, que ofertavam três vagas cada dentro do sistema de cotas sociais, não receberam nenhuma inscrição.
Ainda entre os cotistas, a menor concorrência ficou para a graduação em Tecnologia em Meio Ambiente, com aulas noturnas em Umuarama. A universidade ofertou cinco vagas, mas apenas um candidato se inscreveu. A disputa também é baixa para o curso de Tecnologia em Alimentos noturno, também no campus de Umuarama, com menos de um candidato por vaga.
Já na disputa entre os não cotistas, cinco cursos tiveram menos inscritos que o número de vagas: Engenharia Têxtil, Física, Letras Português/Francês, Tecnologia em Meio Ambiente e Tecnologia em Alimentos; esse último tem a menor concorrência, 0,5.