Página criada no Facebook recebeu 47 denúncias de crimes em 40 dias
Administração do campus tem adotado medidas para melhorar a segurança
Pelas redes sociais, por meio de mensagens anônimas, os estudantes da
Universidade Estadual de Maringá (UEM) têm relatado vários crimes
registrados dentro do campus e nos bairros no entorno. O tom é de
indignação, como demonstra um e-mail encaminhado ao jornal O Diário.
"Convivemos com o medo e a insegurança de podermos ser violentados a
qualquer momento, até mesmo dentro da sala de aula", escreveu uma
estudante.
Na mensagem, o autor chegou a denunciar a ocorrência
de um arrastão no bloco 32, praticado por ladrões armados. No entanto,
houve exagero na divulgação. Na noite do dia 22 de junho, no bloco 32,
um professor e vários estudantes tiveram objetos furtados dentro de uma
sala de aula, que ficou vazia por alguns minutos, o que atraiu um ladrão
que agiu sem armas e sem violência, mas que se aproveitou da situação e
fez várias vítimas.
A diretoria de Assuntos Comunitários da
universidade tem acompanhado esse e outros registros de crimes dentro do
campus. Na noite do furto, a guarda patrimonial foi acionada e fez
rondas na tentativa de localizar o autor, conforme características
descritas pelas vítimas, mas nenhum suspeito foi localizado.
Por
meio da assessoria de imprensa, a UEM informou que as rondas no campus
foram intensificadas, bem como foram feitas melhorias na iluminação de
grande parte do local. Além disso, outras medidas têm sido adotadas,
como a abertura de uma licitação para a instalação de câmeras e de uma
central de monitoramento no campus e a construção de mais três guaritas
de vigilância em pontos estratégicos. A UEM também reforçou que estão
mantidas as tratativas feitas em março com o comando do 4º Batalhão da
Polícia Militar, de forma a evitar qualquer impedimento para as rondas
ostensivas por parte dos militares dentro do campus da instituição.
Mapa
Com o objetivo de chamar a atenção das autoridades, mensurar a
quantidade de crimes e mapear os principais focos de furtos, roubos e
outros crimes nessa região da cidade foi criado no mês passado, no
Facebook, a página Maringá Segura. O projeto foi desenvolvido por
acadêmicos da instituição e usa contribuições anônimas.
Esta
semana, o primeiro relatório foi divulgado. Entre os dias 11 de maio e
20 de junho, foram registrados 47 incidentes, a maioria no Jardim
Universitário, em ruas próximas ao campus da UEM. O que preocupa é que
mais de 30 casos relatados são de roubo, modalidade de crime em que a
vítima é alvo de ameaça física e psicológica por parte do assaltante
que, em muitos casos, usa arma de fogo. Desses relatos, há ao menos oito
registros de assalto dentro da área do campus da UEM.
Outro dado
apontado no relatório dos primeiros 40 dias de funcionamento do Maringá
Segura é que foram descritos nove casos de abuso sexual e que, ao menos
dois deles, teriam sido registrados dentro da instituição. Não há
detalhes sobre a consumação dos crimes descritos, nem se houve a
representação das vítimas na delegacia de polícia - ato que é
incentivado pelos criadores da página para garantir que as estatísticas
oficiais da criminalidade cheguem às autoridades responsáveis.