l Mailon Cristian Ribeiro, 24 anos, diz que foi agredido por estacionar o carro em local proibido l Universidade diz que vai apurar o caso e que, se for comprovado abuso, vai punir envolvidos.
Um vídeo de 5 minutos e 36 segundos publicado no Youtube, no último sábado, mostra um jovem empresário e vigilantes da Universidade Estadual de Maringá (UEM) brigando próximo da agência da Caixa Econômica Federal, que fica dentro do campus. O vídeo, visualizado por 4,4 mil pessoas até o início da noite de ontem, começa com a discussão já iniciada. Aos 18 segundos é possível observar a primeira agressão partindo de um segurança, que diz ter sido empurrado no momento em que bloqueava o rapaz a fechar a porta do carro para ir embora.
O veículo estava estacionado em local irregular. Mailon Cristian Ribeiro, 24 anos, alega que deixou o carro no local por 10 minutos para ir até um bloco assinar um documento, pois ele presta serviço comunitário em escolas e comprova, mensalmente, que está na cidade indo até a UEM fazer o registro. "Tive um problema com a Justiça em 2012. Estou pagando, não devo mais nada além disso. Abri minha oficina mecânica há dois anos", conta.
Segundo o empresário, quando ele estava entrando no bloco um vigilante assoviou e pediu a retirada do veículo. "Aí, eu sinalizei que ia ser muito rápido e que já retiraria. Ali não atrapalha a passagem nem de pessoas nem de carros", argumenta.
Quando voltou, Ribeiro diz que a discussão verbal aflorou e o vigilante chamou reforço. Depois de ter sido chutado, o empresário revidou partindo pra cima de um grupo de pelo menos cinco seguranças, sendo que alguns só cercaram - um, inclusive, agarrou o rapaz fumando um cigarro e outro entra para revistar o veículo. "Estacionaram o carro deles atrás do meu, não me deixando sair. Falaram que como eu estava com pressa ia esperar um pouco mais", afirma.
Ribeiro, que pintou o cabelo para não ser reconhecido na rua, diz que já contatou um advogado e prestará queixa na Polícia Civil.Por meio de nota, a UEM diz repudiar "qualquer tipo de violência e lamenta o ocorrido, envolvendo alguns servidores ligados à Vigilância Patrimonial da Instituição".
A nota afirma que o fato será apurado. "Caso fique comprovado que houve excesso, medidas administrativas serão tomadas", indica. Na tarde de ontem, a reportagem flagrou dois carros estacionados no mesmo local. Um carro da vigilância passou, cumprimentou a equipe com um aceno e fez vistas grossas para os veículos em local irregular.
APURAÇÃO DE AGRESSÕES DE 2013 NÃO INDICIA NINGUÉM
O parecer final do processo administrativo instaurado pela reitoria sobre outro caso de agressão envolvendo vigilantes da universidade e estudantes, ocorrido em setembro de 2013, apontou "que as provas não foram conclusivas e eficientes para o indiciamento dos vigias e discentes", diz nota da UEM.
Ainda de acordo com a nota, houve análise técnica das imagens feitas no dia, reconstituição dos fatos e tomada de depoimentos dos envolvidos e testemunhas. A universidade alega também que as imagens captadas no dia do ocorrido não possibilitaram a identificação de onde partiu a pedra que atingiu e feriu dois estudantes.
A UEM conta com 90 vigilantes divididos em três turnos. No dia 5 de setembro de 2013, um grupo de estudantes que registrou a ocorrência na polícia, diz ter sido retirado da universidade de forma truculenta logo após o final do horário da aula. À época, diversas denúncias apontavam que festas estavam sendo realizadas clandestinamente no campus, porém, no dia das agressões, não foi registrado que havia consumo de drogas ou bebidas alcoólicas por parte dos estudantes.