No próximo dia 16 de setembro, quando se comemora o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea, a Universidade Estadual de Maringá (UEM), pioneira no interior paranaense na realização de aplicação de exames de histocompatibilidade, também celebrará o fato de responder por 21% do cadastramento de doadores no Paraná e 10% do cadastramento de doadores do sul do Brasil.
Os dados são de 1994 (quando teve início o serviço) a julho de 2017. O Paraná cadastrou quase 469 mil pacientes e a região sul brasileira fez o cadastro de cerca de 968.500 doadores. Destes, 98.574 cadastramentos foram feitos pela UEM, por meio do Laboratório de Imunogenética.
Referência no Brasil e no mundo, o Laboratório, sob a direção da professora Jeane Eliete Laguila Visentainer, faz várias pesquisas e uma das que mais se destacam é justamente a da histocompatibilidade na seleção de doadores de medula óssea.
Com uma equipe multidisciplinar, reunindo profissionais qualificados e premiados em vários eventos científicos do Brasil, o Laboratório aplica os exames de alta complexidade para encontrar a compatibilidade entre doador e receptor, por meio de um projeto de extensão.
O projeto "Cadastramento de Doadores Voluntários de Medula Óssea" tem a coordenação do professor Rafael Campos Bezerra. Segundo o coordenador, o objetivo é conscientizar as pessoas sobre a importância de se cadastrar como possível doador(a) de medula óssea.
Conforme Bezerra, as chances de se encontrar um doador de medula compatível pode chegar a 1 entre 100 mil pessoas. A pessoa precisa ter de 18 a 55 anos e se dispor a oferecer 5 ml de sangue para o teste de histocompatibilidade, que será utilizado para a pesquisa do HLA.
O Hemocentro Regional de Maringá está apto a fazer o cadastramento. Ele fica na avenida Mandacaru, n.º 1.600, ao lado do Hospital Universitário. O telefone para informações é o (44) 2101-9400.
Redome
A sigla em inglês pela qual a data se tornou conhecida é WWD (World Marrow Day). Criado em 2015 pala WMDA (World Marrow Donor Association - Associação Mundial dos Doadores de Medula Óssea), o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea é comemorado no terceiro sábado de setembro.
A data foi criada com o objetivo de incentivar os registros de doadores de todo o mundo a elaborarem campanhas de conscientização sobre a doação de medula óssea.
Em 2016, a WMDA criou um prêmio com o tema “Cooperação Internacional entre Registros” com a hashtag #thanktyoudonor para as publicações nas redes sociais. O Grand Prize foi ganho pelo Brasil (Redome) e entregue no Encontro e Primavera em Marselha, na França.
O Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) foi criado em 1993, em São Paulo, para reunir informações de pessoas dispostas a doar medula óssea para quem precisa de transplante. Desde 1998, é coordenado pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), no Rio de Janeiro.
Com mais de 4.000 milhões de doadores cadastrados, é o terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo e pertence ao Ministério da Saúde, sendo o maior banco com financiamento exclusivamente público.
Anualmente são incluídos mais de 300 mil novos doadores no cadastro do Redome. O registro americano conta com quase 7,9 milhões e o alemão, com cerca de 6,2 milhões. Ambos foram desenvolvidos e são mantidos com recursos primordialmente privados.
O Centro de Transplantes de Medula Óssea (Cemo/Inca) é responsável pela coordenação técnica e a Fundação do Câncer pela operação do Redome, conforme publicado na portaria nº 2.600, de 21 de outubro de 2009, do Ministério da Saúde.