Três estaduais do Paraná também entram no ranking produzido pela Capes. Nenhuma universidade privada do estado entra na lista das melhores, mas PUCPR contesta resultado
A contratação e formação de novos pesquisadores contribuiu para a universidade ter melhorado sua produção, porque a captação de recursos, ou seja, bolsas de estudo, são conquistadas com mais facilidade quando se tem bons pesquisadores.
Para os próximos cinco anos, a Federal pretende aumentar ainda mais o número de pesquisadores em seu quadro: dos atuais 60%, a idéia é passar para 80% de professores doutores. Isso poderia garantir um lugar entre as cinco primeiras instituições do país na lista da Capes.
As áreas que mais publicaram artigos científicos internacionais na UFPR são as de ciências biológicas, exatas e da saúde. Há uma explicação para isso: o ranking apresentado pela Capes refere-se apenas a artigos internacionais, o que não interessa para a área de humanas, por exemplo. Para os cursos de Letras e Direito vale mais publicar um livro ou um capítulo de um livro do que um artigo científico.
Para as áreas de interesse, a quantidade de artigos internacionais publicados em revistas de renome internacional contribui para a melhor titulação do autor do texto e também melhora a avaliação da instituição perante a Capes.
Interior
As universidades do interior comemoraram o desempenho positivo. O resultado mostra que nós temos conquistado cada vez mais espaço nas agências de fomento. Isso sinaliza que, aos poucos, a pesquisa tende a ganhar mais espaço nas universidades estaduais, comenta o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Alamir Aquino Corrêa.
A UEL ficou em 25º lugar no país, com 167 artigos. Mas poderia ter se saído melhor, segundo Corrêa, se houvesse mais incentivo à pesquisa por parte do governo estadual, que a financia. Na UEL, os cursos de mestrado e doutorado relacionados às Ciências Agrárias foram os que mais produziram artigos no ano passado, já que essa é a principal característica do município e redondezas.
Para a UEM, que ficou em 20º lugar, com 272 artigos, o resultado do ranking foi considerado satisfatório. O pró-reitor de Pesquisa e Graduação, Nílson Evelázio de Souza, diz que no próximo ano a perspectiva é de que a instituição se saia ainda melhor. Somente no primeiro semestre deste ano já publicamos 209 artigos. Também estamos implantando projetos de iniciação científica em todas as graduações que ainda não têm cursos de pós-graduação para incentivar a pesquisa, conta. Atualmente, nem mesmo a Medicina possui pós-graduação. Por isso, as áreas de Física e Química foram as que mais produziram artigos no ano passado.
Mesmo estando vinte posições atrás das outras duas estaduais, a UEPG comemora a 47ª colocação porque é a primeira vez que está entre as 50 instituições que mais produziram. O resultado serviu como um estímulo, já que apesar de ainda termos apenas dez cursos de mestrado e nenhum de doutorado conseguimos ficar entre as mais produtivas do país, afirma o reitor, João Carlos Gomes.
De acordo com o ranking da Capes, nenhuma instituição particular do Paraná ficou entre as melhores posições. A Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), entretanto, contesta os dados apresentados porque tem registro de 108 artigos internacionais publicados no ano passado, o que a colocaria em 32º lugar na lista. A notícia nos motivou a procurar a Capes para esclarecer o ocorrido. Temos 13 programas de pós-graduação com as melhores médias dos cursos de pós no Paraná. A nota é atribuída pela Capes mediante o número de publicações científicas e o seu impacto internacional. Seria difícil imaginar que uma pós-graduação com as notas da PUC não aparecesse no ranking, afirma o diretor de pesquisa e pós-graduação stricto sensu da PUCPR, Waldemiro Gremski.
A Capes foi procurada para comentar o caso, mas os funcionários não puderam dar entrevista porque estavam de luto em decorrência da morte de uma diretora da coordenação.
Faltam bolsas para patrocinar pesquisa
O Brasil está na 15ª posição entre os países que mais produziram artigos científico. Segundo relatos das próprias universidades do país, o resultado não é melhor porque falta incentivo público. Sem concessão de bolsas fica difícil o aluno e pesquisador se dedicar em tempo integral aos estudos. Ele não pode pensar na pesquisa somente na segunda-feira porque no restante da semana precisa trabalhar em outro lugar para garantir o próprio sustento, afirma o diretor de pesquisa e pós-graduação stricto sensu da PUCPR, Waldemiro Gremski.
UFPR Litoral divulga a chamada complementar
O Núcleo de Concursos da UFPR divulgou ontem a lista dos candidatos aprovados em chamada complementar do vestibular na UFPR Litoral deste ano. No total, 93 candidatos foram aprovados. O registro acadêmico dos candidatos classificados na chamada complementar será realizado na próxima quarta-feira, na sede da UFPR Litoral, localizada na Rua Jaguariaíva, 512, balneário Caiobá, em Matinhos.
Surdo recebe título inédito de mestre na UFPR
O funcionário público Alisson Fernandes dos Santos, 31 anos, recebeu o título de mestre no curso de Farmácia da Universidade Federal do Paraná. Sua história seria igual à de tantos outros alunos de mestrado se não fosse por um detalhe: Alisson é o primeiro portador de deficiência auditiva a concluir mestrado na instituição.