Odontologia e Zootecnia estão entre os melhores cursos do Brasil. Investimento em corpo docente e pesquisa qualificaram as faculdades
Este ano, o curso de Odontologia da UEM comemorou 20 anos e 16 turmas formadas. Ao longo dos anos, o curso foi ganhando estrutura e hoje, além da graduação e pós-graduação, oferece mestrado reconhecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ligada ao Ministério da Educação.
Integração é a palavra-chave do curso e que se tornou exemplo de diretriz curricular no país, cujo destaque está em aliar os conhecimentos de sala de aula com a prática feita diretamente com a comunidade, realizando atendimentos que buscam a prevenção e a formação de futuros dentistas com visão ampliada da profissão. É o que explica a coordenadora do curso de graduação em Odontologia, Mariliani Chicarelli da Silva. Nosso projeto pedagógico procura formar um dentista totalmente integrado com a realidade socioeconômica e cultural da região. O aluno sai capacitado para realizar qualquer tipo de intervenção e assim criar proximidade com a comunidade, afirmou.
Um dos pontos analisados pelo Guia do Estudante para qualificar o curso é a titulação do corpo docente e a permanência dos professores na instituição, bem como a quantidade de artigos científicos publicados. Dos 38 professores do curso, apenas 5 são colaboradores e 33 são efetivos, sendo que 25 são doutores, 12 são mestres e apenas um tem o título de especialista.
O coordenador de mestrado do curso, Adilson Luiz Ramos, diz que o investimento e a capacitação dos professores são peças fundamentais para o desempenho do curso. Nossa equipe é jovem, com pesquisadores que vieram das melhores faculdades do Brasil e hoje estão fixados na UEM, desenvolvendo grandes trabalhos de pesquisa reconhecidos internacionalmente, afirma.
A Clínica Odontológica da UEM é equipada com 56 cadeiras para atendimento à população; aproximadamente 120 graduandos da UEM e de outras instituições de ensino colocam em prática o que aprendem em sala de aula. Segundo a chefe do departamento de Odontologia, Mirian Marubayashi Hidalgo, a clínica atende gratuitamente a comunidade maringaense e da região. Mais de 6 mil pacientes são atendidos anualmente pelo Sistema Único de Saúde, com aproximadamente 35 mil procedimentos, conta.
Para os alunos, estudar em um curso bem qualificado nacionalmente representa reconhecimento quando estiverem formados. O graduando Edélcio Miranda, que cursa o terceiro ano, diz estar satisfeito com o curso. É gratificante fazer parte de um curso que é bem avaliado, é um diferencial, diz.
Octávio Rossi/Gazeta do Povo
Clínica Odontológica com 56 cadeiras permite que até 120 estudantes realizem atendimentos à comunidade.
Zootecnia aposta em intercâmbio com outros países
O curso de Zootecnia, um dos primeiros a ser implantados na UEM, há 35 anos, é referência em pesquisa e desenvolvimento. Laboratórios estruturados e corpo docente composto na maioria por professores doutores impulsionam o intercâmbio de idéias entre as universidades brasileiras e do exterior.
Ao longo dos anos, a evolução e estruturação do curso puderam ser observados pelo atual coordenador, Orlando Rus Barbosa, que há 30 anos leciona na faculdade. Segundo Barbosa, o reconhecimento do curso foi possível, em grande parte, pela dedicação do quadro docente. Nossos professores em sua maioria são doutores, alguns com treinamentos em outros países, explica.
Uma área da Zootecnia que ganhou destaque na faculdade é a piscicultura. Foram desenvolvidas novas tecnologias para a criação de peixes, que chegam a crescer até 40% mais rápido que o normal. O chefe do departamento de Zootecnia, Ulysses Cecato, conta que esse trabalho, único no Brasil e na América Latina, possibilitou intercâmbio com outros países, como Cuba, Uruguai e Colômbia. A pesquisa busca o melhoramento genético de algumas espécies de peixes brasileiros e de espécies dos países que fazem intercâmbio conosco, afirma.
Para a estudante colombiana Maria Del Pilar Rodriguez, que está no último ano de Biologia em seu país e faz intercâmbio no departamento de Piscicultura da UEM, a oportunidade de estar em contato com novas técnicas de desenvolvimento científico deve ser aproveitada. A universidade nos motiva com o incentivo em pesquisa, diz a colombiana. Quando voltar para a Colômbia, terei muito o que dividir com meus colegas e professores, finaliza. (OR)