A paralisação dos professores de cinco universidades estaduais do Paraná, marcada para esta quarta-feira (7), contará com protestos em várias cidades do estado, inclusive em frente do Palácio Iguaçu, em Curitiba. Essas instituições reúnem cerca de 8 mil docentes que representam 90% da categoria. Uma reunião marcada no mesmo dia entre o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Alípio Leal, e representantes sindicais tentará avançar nas negociações e impedir a ameaça de indicativo de greve caso não haja um acordo de reajuste salarial.
O estopim do descontentamento dos professores aconteceu no início de fevereiro quando o governo confirmou que não seria possível dar um aumento de 9,62% em três parcelas em 2012, 2013 e 2014, conforme havia sido negociado com a Seti em 11 de novembro do ano passado. O acréscimo consertaria a defasagem de 31,73% que existe entre os salários dos docentes e dos técnicos administrativos de nível superior que trabalham nas universidades. Segundo Leal, o governo havia se comprometido apenas a encaminhar a proposta às outras esferas de governo responsáveis por pagar a conta, mas os sindicatos não entenderam da mesma forma e já contavam com o aumento no primeiro trimestre deste ano.
Manifestantes farão uma passeata até o Palácio Iguaçu
Os sindicatos dos professores de universidades estaduais do Paraná programam a realização de uma passeata com cerca de 900 manifestantes em Curitiba, marcada para começar às 10 horas na Praça Santos Andrade e terminar em frente ao edifício da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e do Palácio Iguaçu, no Centro Cívico. Dezesseis ônibus foram contratados para trazer participantes provenientes do interior do Estado. Na Alep, representantes do movimento farão uma reunião com deputados da Comissão de Educação.
Nas outras cidades do Estado, estão programados atos similares e a realização de palestras para os professores sobre previdência, saúde e questões relacionadas à autonomia das universidades. “A ideia dessas conferência é fomentar o diálogo. Os professores não são irredutíveis ou inflexíveis. Queremos dialogar e, com isso, chegar a melhores condições de trabalho”, considerou Marta Bellini, vice-presidente do Sesduem.
Representantes de sindicatos, como o Sindiprol e do Sesduem, dos professores da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e da Universidade Estadual de Maringá (UEM), respectivamente, afirmaram que a greve será a única solução, caso não seja firmado um acordo satisfatório com o governo. Além da da UEL e da UEM participarão da mobilização professores da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
Contratação
Para tentar resolver o problema, o governador Beto Richa, em uma reunião realizada nesta terça-feira (6) que contou com a presença de reitores das universidades e faculdades estaduais, decidiu criar um grupo de trabalho para avaliar a disponibilidade financeira e orçamentária do Estado para a apresentação de uma contraproposta de reajuste. A proposta, de acordo com Richa, deve ser feita “o mais rápido possível”. Na ocasião Richa assinou ainda um decreto para a nomeação de 477 profissionais para reposição de pessoal nas instituições de ensino superior do Estado.
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