Sem a “fiscalização” dos estágios pelos professores, curso de Administração suspendeu o programa que conta com quase 200 estudantes
O departamento de Administração da Universidade Estadual de Maringá (UEM) suspendeu no fim do mês passado o estágio para os estudantes . A medida - válida por prazo indeterminado - foi motivada pelo regimento de estágio da UEM elaborado no ano passado. A nova legislação determina que os professores visitem os estagiários e façam laudos do trabalho desenvolvido, o que não estaria sendo realizado, segundo os estudantes.
A estudante do 3º ano Fernanda Reginato afirmou que alguns professores alegaram terem sido contratados como docentes e não como fiscais. “O professor orientador de estágio tem obrigação de fazer visitas periódicas para ver se o estudante está de fato trabalhando na área e não servindo cafezinho. Mas eles falam que não querem gastar dinheiro deles para fazer essas visitas e que não tem tempo", explicou a estudante.
Após participar de um exame de seleção de três semanas, Fernanda havia garantido estágio em uma fábrica de refrigerantes da cidade. No entanto, possivelmente vai perder a oportunidade. “Lá eu teria plano de carreira, com promessa de ser efetivada. Além disso, o estágio é essencial para um estudante de Administração”, afirmou a acadêmica.
A estimativa é de que cerca de 180 estudantes cursos de bacharelado em Administração (presencial) e Administração Pública (EAD) possam ser afetados pela medida, inclusive os que já estão estagiando, já que as renovações de contrato também foram canceladas. Este é o problema enfrentado pelo acadêmico Francisco Xavier, que terá seu contrato vencido nos próximos dias.
Para ele, uma reestruturação é necessária. "Esta decisão prejudicou todos estes alunos que querem se capacitar e aprender mais por meio do estágio. Isso também prejudicará uma grande parcela de acadêmicos que são de fora e que necessitam trabalhar para se manter em Maringá cursando a faculdade.
Reformulação será feita em três meses
De acordo com o chefe do Departamento de Administração da UEM, Álvaro Periotto alguns professores acreditam que as novas normas sejam disfunções do ponto de vista pedagógico. Diante do impasse, ele afirmou que um novo programa de estágio deve ser apresentado em até três meses.
“Queremos atuar de ponta a ponta desde a elaboração do convenio e planos de estagio atÉ o momento que se registra no histórico escolar do aluno que ele fez estágio pela UEM, que deve sugerir um estagio de qualidade”, afirmou em entrevista para a RPCTV Maringá.